
Em um movimento pelo retorno do auxílio emergencial no valor mínimo de R$ 600, deputados socialistas conversaram, nesta terça-feira (27), com dirigentes sindicais. O PSB da Câmara integra as bancadas da Minoria e da Oposição, que promoveram uma reunião entre lideranças sindicalistas e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Eles alertaram para o risco do Brasil aumentar ainda mais os níveis de pobreza que assolam o país.
Após o encontro, o líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ), repercutiu a conversa. Ele usou as redes sociais e a hashtag #600AtéOFim para registrar sua posição em defesa da pauta. “Nenhum pai, nenhuma mãe, ninguém deveria ir dormir com fome, mas essa é a realidade de mais de 19 milhões de brasileiros”, escreveu.
Participaram do encontro representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Pobreza aumentou no Brasil
Durante a reunião com Lira, os representantes sindicais alertaram para o agravamento da crise social. Como resultado, estima-se que a redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 150 (o valor mínimo) leve o Brasil a somar 61,1 milhões de pessoas vivendo na pobreza. Além de outras 19,3 milhões na extrema pobreza.
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Os números que mostram a volta da pobreza e da miséria são de uma projeção feita pelo Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made-USP). É considerado extremamente pobre quem ganham menos de R$ 162 reais mensais. Pessoas pobres são aquelas com renda per capta inferior a R$ 469 reais por mês.
Caso a previsão das lideranças sindicais se confirme, haverá um aumento de 9,1 milhões de brasileiros considerados economicamente pobres. Isso em comparação a números de 2019, ou seja, pré-pandemia. Em relação ao aumento no total de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, o risco é de 5,4 milhões a mais em um espaço de dois anos.