Medida deverá gerar 1 bilhão de dólares para o país

Afetado por uma crise sem precedentes antes mesmo da pandemia, o Líbano aprovou a liberação no cultivo de maconha para fins medicinais e industriais numa tentativa de salvar sua economia. A nova legislação já começou a valer a partir desta semana.
A libra libanesa desvalorizou 50% em relação ao dólar desde janeiro, a maior queda da história. Anos seguidos de descontroles nos gastos públicos fizeram com que a dívida pública do país atingisse 150% do PIB no final do ano passado e os servidores ficassem sem salários. Com a pandemia, o risco de um colapso econômico se tornou ainda maior.
Para ser aprovada, a proposta precisou passar pelo Parlamento libanês, que conta com vários membros do Hezbollah, um grupo xiita conservador. Sua aprovação surpreendeu diversos países do Oriente Médio, pois em geral, o consumo de bebidas alcoólicas e substâncias ilegais é considerada uma grave transgressão aos preceitos religiosos.
A produção legalizada da maconha poderá injetar cerca de 1 bilhão de dólares por ano na economia, segundo estudos preliminares da consultoria McKinsey. Já que o Líbano é um dos cinco maiores produtores mundiais da substância.
O governo libanês acredita que poderá ajudar a suprir a demanda mundial pela cannabis voltada ao uso medicinal e industrial, que não é recreativo. O mercado global da planta movimentou cerca de 18 bilhões de dólares no ano passado, segundo do Banco de Montreal, no Canadá, principalmente na fabricação de remédios.
Informações Exame.