
O jornalista e comentarista político da Rádio CBN, Kennedy Alencar analisou o depoimento do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, e concluiu que houve recuo em relação ao dia em que pediu demissão, quando acusou o presidente Jair Bolsonaro de querer indicar o diretor-geral da Polícia Federal para ter acesso a relatórios de inteligência.
Ora, esperava-se um passo adiante no depoimento. Moro disse, ao depor à PF no último sábado, que o presidente não pediu nada especificamente a ele. Não acusou o presidente de crime.
Mas diz que apagou mensagens porque foi hackeado anteriormente, confirmando que eram verdadeiras as conversas de Telegram reportadas pelo The Intercept Brasil. No ano passado, ele lançava dúvida sobre a autencidade das mensagens reveladas pelo jornalista Glenn Greenwald.
Kennedy lembra que Moro é uma figura que, ao depor oficialmente, revela mentiras que contou no passado. Segundo o comentarista, o depoimento demonstra cuidado jurídico, ao dizer que Bolsonaro não cometeu crimes e que, segundo Moro, não lhe caberia fazer tal julgamento.
Na opinião do analista, esse tipo de depoimento não deve colocar o presidente em situação mais complicada. “Não há nada ali que não seja sabido. Ficou clara a estratégia de Moro para se preservar”.
Por outro lado, Kennedy faz duras críticas à cobertura da imprensa.
Incrível que a imprensa pareça não ter aprendido nada, porque ela blinda Moro. O ex-juiz e ex-ministro da Justiça é um dos pais dos ataques a jornalistas e veículos de comunicação. Deu corda e informações a difamadores profissionais. Ficou 16 meses no governo vendo o “Gabinete do Ódio” atuar, vendo a família do presidente atuar. Fez nada.
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A imprensa não aprendeu nada. Está, de novo, endeusando uma figura que não tem nada de santa. Moro exerceu um papel repugnante na história do país. Bolsonaro é um presidente criminoso. E Moro é um dos pais da ascensão de Bolsonaro ao poder.
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