
Depois de quatro anos conturbados e polêmicos da gestão do bolsonarista Sérgio Camargo, a Fundação Palmares será comandada, a partir de janeiro, pelo advogado, militante negro e presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues.
Rodrigues foi anunciado nesta quinta-feira (22) por Margareth Menezes, futura titular do Ministério da Cultura — pasta que será recriada pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no próximo ano.
“Anuncio João Jorge, presidente do bloco Olodum, para a presidência da Fundação Palmares. Ele vai resgatar a fundação que foi depredada fisicamente e internamente no último governo”, disse ela.
O novo presidente terá a missão de resgatar a Fundação, depois de anos de sucateamento do órgão e tensão política e perseguição ideológica aos representantes da cultura afro-brasileira.
Para o ex-deputado federal constituinte e membro da Executiva Nacional do PSB, Domingos Leonelli, a indicação de João Jorges é “um dos maiores acertos do governo Lula”. “Além do reconhecimento do valor pessoal de um homem que dedicou sua vida a luta antiracista, João Jorge é um empreendedor vitorioso da Economia Criativa. O Olodum hoje é uma marca internacional da música, da cultura e da política. Um dos maiores acertos do governo Lula é a nomeação de João Jorge para a Fundação Palmares”, ressaltou.
Filiado ao PSB e ligado à ex-prefeita de Salvador e deputada federal Lidice da Mata (PSB), João Jorge Rodrigues construiu sua trajetória no movimento anti-racista, participando de diversas campanhas nacionais e internacionais para a promoção do povo negro brasileiro.
Em 1979, João Jorge Rodrigues fundou, ao lado de outros homens e mulheres, o bloco Olodum que desfilaria pela primeira vez no carnaval de 1980, em Salvador, e desde então faz história na Bahia e se tornou uma das principais instituições culturais do estado. Membro da diretoria desde o primeiros anos, João Jorge preside o bloco atualmente.