
Pré-candidato do PSB ao governo do Acre, o deputado estadual Dr. Jenilson Leite defende a necessidade de unir as forças progressistas e vê com otimismo a criação de uma federação partidária para disputar as eleições de outubro. Para o estado, ele defende a industrialização moderna, que leve em conta a inserção da juventude para o desenvolvimento sustentável, econômico e social da região, que tenha como base a educação, a ciência e a união das forças progressistas para conquistar os avanços.
Jenilson Leite foi o convidado desta edição do programa Direto ao Ponto, realizado pelo Socialismo Criativo e conduzido pelo presidente da Juventude Socialista Brasileira (JSB), Tony Sechi.
“Estamos numa batalha para poder construir a pré-candidatura ao governo do Acre, onde entendemos a necessidade da unidade das forças progressistas, aquelas que tenham compromisso com os problemas mais estruturais do nosso país e do nosso estado e que sempre se comprometeram em lutar pelo que é essencial para que a vida em sociedade cresça tanto economicamente como socialmente”, ressalta Leite.
O parlamentar elenca como prioridades para o Acre o desenvolvimento da indústria, mas com foco no futuro e nos jovens.
“O Acre está situado na região amazônica e isso nos traz alguns problemas estruturais que trazem dificuldades para o desenvolvimento da indústria. Diante das dificuldades que vivemos, temos que desenvolver aptidões para o desenvolvimento de um novo modelo de desenvolvimento”, afirma.
Para isso, ele afirma que a ‘prioridade fundamental’ é a conectividade do estado.
“No meio da Amazônia, temos que nos desenvolver a partir do conceito de cidades inteligentes. Produzir esses novos produtos a partir da tecnologia da informação, inserir o Acre dentro desse conceito de estados digitais, onde a gente possa diminuir o peso da máquina pública, avançar na energia renovável. Desejo, a partir da conectividade, colocar o estado nessa nova linha de diálogo com o desenvolvimento do futuro”, explica.
Assista a íntegra da entrevista
Saúde no Acre
Em outra frente, a prioridade é a saúde pública, colocada à prova durante a pandemia da covid-19.
Leite, que é médico infectologista, chegou a se afastar do seu mandato durante três meses para ir para a linha de frente no combate à pandemia. Por conta da falta de profissionais, o parlamentar foi trabalhar nas UTIs para tentar minimizar a falta de médicos que, como em outros locais, também afetou o estado.
Ele destaca a necessidade de ampliar o investimento público na área. Inclusive para atender as milhares de pessoas que sofrem com as sequelas da covid-19.
“Precisamos reorganizar a rede para que possa abraçar as exigências pós-pandêmicas somadas aos problemas anteriores”, defende.
Para isso, pretende estabelecer parcerias com os municípios para que intensifiquem a atenção à saúde primária e mitigar os fatores de risco para doenças que podem ser prevenidas.
Aliado a isso, a educação que também vai refletir positivamente na saúde da população. Especialmente, diante dos danos provocados pelo negacionismo do governo de Jair Bolsonaro (PL), que tem prejudicado a contenção da pandemia.
“Para que a população volte a dialogar sobre a importância das vacinas porque esse governo federal que está aí locou medo nas pessoas”, critica.
“Somos um dos principais exemplos de vacinação do mundo. O Programa Nacional de Imunização (PNI) aumentou a expectativa de vida da população em 30 anos”, lembra ao se referir ao calendário de vacinação disponível em toda a rede pública do país e que foi colocada em suspeição por Bolsonaro quando questiona de maneira mentirosa a eficácia e segurança das vacinas.
‘Ciranda de prejuízos’
Para Leite, os problemas sociais no estado “se transformaram numa verdadeira ciranda de prejuízos para a juventude”.
Sem oportunidades de estudo e emprego, os jovens são cooptados pelo crime. O destino, inevitavelmente, é a prisão – o Acre tem o maior índice de encarceramento do país – ou o cemitério.
Para mudar esse triste cenário, o parlamentar defende as escolas em tempo integral, alinhado com a Autorreforma que está em curso no PSB.
“A gente tem condição de garantir o ensino em tempo integral, com conectividade para que no contra turno possa adquirir conhecimentos que verdadeiramente transformem a realidade. É possível ter um governo pactuado com as universidades, com setor comercial, com a indústria, a agricultura familiar, o agronegócio pra que a gente olhe para o futuro”, defende.
Amazônia 4.0
O desenvolvimento sustentável da Amazônia, como prevê a Autorreforma do PSB, também está nas ações prioritárias propostas pelo parlamentar.
Ele lembra o quanto o Brasil perde por não se debruçar verdadeiramente sobre o potencial da floresta, a maior parte ainda desconhecido.
“Não adianta só a política preservacionista. Aqui moram pessoas, as populações estão aumentando e todo mundo quer comer. E quando falta alimento, abre espaço para soja, cana, café. Se a gente não conseguir gerar economia aqui, a partir desses conhecimentos, certamente, daqui uns 20 anos a gente vai tá batendo o Mato Grosso na produção de soja, no gado e me parece que esse não é o propósito do Brasil. Podemos nos transformar num grande polo de conhecimento cientifico, de produção de produtos que o mundo inteiro não tem o privilégio de ter”, afirma.
Tony ressalta que as propostas estão em sintonia com o nosso processo da Autorreforma.
“O PSB através de seu novo programa também já prevê diversas políticas públicas para esses temas e tenho certeza q a melhor forma de a gente externar essas propostas é através das candidaturas”, destaca o presidente da JSB.