
Médico infectologista que deixou o mandato como deputado estadual por três meses para atuar na linha de frente nas UTIs durante os momentos mais duros da covid-19. Este é Janilson Leite (PSB), pré-candidato do PSB ao governo do Acre e que marcou presença no XV Congresso Nacional do partido, realizado em Brasília.
Mais conhecido como Jenilson, o socialista tem na educação a base da sua trajetória e pretende incluir a população do Acre, especialmente, os jovens nesse caminho.
“Precisamos dar mais oportunidades para a juventude, que está sendo encarcerada. São cerca de 8 mil presos, que custam cerca de R$ 6 mil ao estado e daqui uns anos não teremos mais condições de sustentar isso”, pontua.
Para ele, a tecnologia aliada à educação é um dos caminhos a seguir em todas as áreas, conforme as bases da própria Autorreforma, aprovada pelo PSB durante o congresso.
“A gente aproveitar melhor o mundo tecnológico, melhorar a conectividade no Acre para que os jovens tenham acesso à internet e que possam produzir e vender produtos digitais para o mundo todo. Nossos jovens estão indo para os presídios ou cemitérios. E quando a gente utiliza a tecnologia, a gente diminui a pressão sobre a Amazônia e com a necessidade de economia que as cidades têm”, afirma.
Obscurantismo
Ele conta que decidiu se afastar para atuar na linha de frente da saúde no combate à covid-19 pela falta de médicos vivida pela população acreana.
“Me cortava o coração quando a gente saía do plantão e ligava a TV e o rádio e ouvia um presidente falando que máscara não tinha serventia, que vacina transformava em jacaré, que isolamento social causaria fome, não vendo que a luta no momento era de sobrevivência”, recorda.
O que se tornou um dos fatores que o motivaram a se pré-candidatar ao governo do estado.
“Está aí o panorama que nós temos, com quase 700 mil mortos quando estudos mostram que antes do vírus chegar ao Brasil, se tivéssemos feito o adequado enfretamento à pandemia, o percentual de mortes não se compararia nem de longe ao que temos”, critica.
E as prioridades do atual governo – tanto federal como do Acre – estão muito distantes das necessidades da população.
“O Brasil entrou nessa linha do negacionismo, obscurantismo, desrespeito à democracia e às pessoas, desse perfil agressivo. Nós não precisamos disso. Somos um país de paz, de tranquilidade, com grande quantidade de recursos naturais que nos permite alimentar bem e garantir segurança social para a pessoas”, defende.
Desafios
Jenilson coloca o enfrentamento à mulher como outro grande desafio a ser enfrentado no Acre.
“O Acre é um dos estados mais violentos, onde mais se matam mulheres no país. É um dado lamentável. E vamos colocar como metas dentro do plano de governo para enfrentar o problema”, promete.
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Somado a isso, evidentemente, o uso inteligente e sustentável da Amazônia.
“Temos que dialogar com o meio ambiente de forma inteligente, usando recursos tecnológicos, como biotecnologia. Temos condições de transformar produtos da região em fármacos, cosméticos. Mais que isso, temos condições de produzir mais no Acre para alimentar a população local, não apenas para exportar”, analisa.
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XV Congresso Nacional do PSB
Socialistas de todo o país se reuniram, em Brasília, para realizar o XV Congresso Nacional do PSB. Um grande evento onde foi aprovada a Autorreforma do partido, o novo Manifesto, que substitui o documento de 1947, e os nomes para compor a Executiva e o Diretório nacionais do partido.

Foram três dias de muito debate e decisões sobre o socialismo criativo defendido pelos socialistas para a construção de um plano nacional de desenvolvimento para o país, que preze pelo fim das desigualdades e pela defesa incansável da democracia.