
O presidente Jair Bolsonaro encerrou intempestivamente nesta quarta-feira (24) uma entrevista na capital do Acre, Rio Branco, após ser questionado sobre a anulação da quebra do sigilo bancário do seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
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“Acabou a entrevista”, afirmou o presidente, visivelmente irritado, antes mesmo da pergunta ser concluída. Em seguida deixou a área destinada à entrevista, ocorrida no aeroporto de Rio Branco.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou, nesta terça-feira (23), por quatro votos a 1, a quebra de sigilo bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no âmbito das investigações do caso das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Segundo os ministros, há problemas de fundamentação na decisão judicial.
A decisão do STJ pode levar à paralisação das investigações contra Flávio e outras 16 pessoas, também já denunciadas pelo Ministério Público do Rio. Entre elas está Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Assembleia do Rio e amigo pessoal do presidente. Ele foi preso em junho do ano passado e atualmente cumpre prisão domiciliar.
Investigadores apontam influência política
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, promotores que investigam o esquema de rachadinha de Flávio afirmaram que a decisão do STJ teve influência política e não jurídica – e, portanto, difícil de reverter. Mesmo descrentes, eles debatem o que é possível fazer.
Há divergências, mas especialistas afirmam que tanto o MP do Rio quanto a Procuradoria-Geral da República podem apresentar recurso ao Supremo. Investigadores defendem que, caso se decida pelo recurso, seja atacado o argumento da maioria dos ministros da turma do STJ de que o juiz Flávio Itabaiana não embasou a determinação de quebra de sigilo do filho do presidente e de outras 94 pessoas.
Com informações da Folha de S. Paulo