
Investir na saúde mental do trabalhador traz resultados positivos para os negócios. É o que revelam estudos como o liderado pela Universidade da Califórnia, segundo o qual um trabalhador feliz é 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e vende 37% mais, quando as empresas se preocupam com seu bem-estar.
De acordo com o Correio Braziliense, o levantamento feito entre 2018 e 2019, um dos maiores sobre bem-estar no ambiente de trabalho, é fruto de parceria da empresa de consultoria e auditoria PwC com a universidade.
A metodologia levou em consideração a probabilidade de os funcionários permanecerem na empresa, a eficácia das equipes e a qualidade das relações com os clientes, além de sucesso organizacional em geral. Com coleta de dados de mais de 1.425 trabalhadores, o estudo mapeou as conexões entre as práticas de bem-estar e as consequências para os negócios.
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O projeto revelou ligações definitivas entre bem-estar e desempenho. E mais, indicou que para o empregador aumentar a qualidade de vida de seus colaboradores é necessário sair do discurso para a implementação de práticas.
Ainda de acordo com o relatório, comprometimento é palavra-chave para que os departamentos da organização e os indivíduos alcancem resultados exitosos.
Michael Fenlon, diretor de RH geral da PwC, reflete que num ambiente global conectado, ligado 24 horas por dia, sete dias por semana, a demanda de trabalho geralmente excede a capacidade.
“É fácil falar sobre a importância do bem-estar, mas, como passamos da retórica para uma mudança de mentalidade e novas formas de trabalhar em face das demandas do mundo real?”, questiona ele, que conta: “Na PwC, estamos aprendendo como podemos apoiar melhor o bem-estar e a flexibilidade com nossa iniciativa Esteja bem, trabalhe bem”.
Fenlon explica que com o uso de dados, a companhia se propõe a reimaginar a experiência de trabalho dos novos tempos. “Isso significa prestar atenção em como podemos renovar nossas fontes de energia mentais, físicas, emocionais e espirituais voltadas para o propósito”.
Recomendações
A saúde mental de trabalhadores sempre precisou de atenção, mas com a pandemia novas tensões se intensificaram e novos problemas surgiram, tanto para quem foi para o home office, quanto para quem continuou saindo de casa para trabalhar.
Nesse contexto, o estudo da PwC sugere a organizações que desejam aumentar o bem-estar dos colaboradores levar em consideração as seguintes questões:
- Incentive a individualidade. O objetivo é dar às pessoas a oportunidade de escolher hábitos e comportamentos saudáveis que tenham maior significado para elas, tais como lembrar do que os levou a ter sorte no trabalho e na vida ou envolver-se em atividades que as ajude a renovar as energias;
- Promova inclusão. Quando as pessoas se sentem aceitas como são nas empresas, aumenta sua percepção de bem-estar. O mesmo ocorre no caso de feedbacks positivos dos gestores.
- Saiba da importância do bem-estar para os negócios. Quando colaboradores e equipes estabelecem objetivos em comum e apoiam-se uns aos outros, nota-se uma adoção de hábitos saudáveis. Com isso, há a multiplicação de benefícios, como o desejo dos colaboradores em permanecer na empresa e melhora no relacionamento com os clientes.
- Use ferramentas voltadas ao bem-estar. Embora os participantes da pesquisa não acreditassem que a tecnologia era importante para melhorar o bem-estar, aqueles que faziam uso de ferramentas específicas relataram melhores percepções da eficácia da equipe e aprimoraram o relacionamento com os clientes.
Descobertas
Entre outras conclusões, a PwC identificou que, cada vez mais, os colaboradores dão importância ao bem-estar e valorizam ações dos empregadores que promovam qualidade de vida.
Essa noção se mostrou, por exemplo, na liderança inclusiva e trabalho pelo potencial de fazer a equipe prosperar. Fatores ambientais específicos, como inclusão, dinâmica positiva da equipe e apoio da liderança têm um resultado direto e positivo no bem-estar dos funcionários.
O que os chefes podem fazer pelo trabalhador?
A mestra em psicologia, especialista em gestão de marketing Rebeca Toyama, que também atua com estratégia de carreira, bem-estar e saúde financeira, lista cinco dicas para gestores:
- Clareza sobre metas e objetivos
Entenda quais são os fatores que estão atrapalhando o profissional, converse e, juntos, pensem em uma nova estratégia para as demandas. - Estresse e insatisfação
Mostre para o colaborador o interesse em ajudar, ouça o que ele tem a dizer e tente mostrar que todos estão sendo impactados pelo que está acontecendo. - Perfeccionismo
Muitas vezes, o colaborador quer ser produtivo e deixa de lado necessidades básicas. Demonstre a importância da qualidade de vida e do bem-estar para a boa entrega de resultados. - Indícios de ansiedade, depressão e Burnout
Frente a sinais de transtornos de saúde mental, promova ações junto à equipe para que esse quadro não se amplie. Treinamentos e workshops sobre gestão de mudança, aumento de qualidade de vida e redução de estresse são muito efetivos. - Ferramentas
Certifique-se de que sua empresa forneceu aos colaboradores as ferramentas necessárias para lidar com este momento. Como o cenário é novo, o colaborador, muitas vezes, não consegue identificar isso sozinho.
Com informações do Correio Braziliense
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