
Representantes do PSB usaram as redes sociais nesta quinta e sexta-feira (15) para oferecer ajuda e demonstrar indignação com o descaso do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) diante do colapso na saúde do Amazonas em decorrência da Covid-19.
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Diante do caos vivido na saúde pública do estado, governadores do Espírito Santo e de Pernambuco disponibilizaram apoio para o tratamento dos pacientes amazonenses. Com hospitais superlotados e falta de oxigênio, o Amazonas já contabiliza 5,9 mil mortes ligadas à Covid-19, depois da média móvel saltar mais de 180% nos últimos sete dias.
Pelo Twitter, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) afirmou que colocou a estrutura pública para ajudar a salvar vidas. “Falei há pouco com o governador Wilson Lima e coloquei o estado de Pernambuco à disposição dos cidadãos amazonenses, nesse momento tão difícil. Faremos tudo que esteja ao nosso alcance para ajudar os irmãos do Amazonas a superar esse momento crítico da pandemia”, declarou.
“Governo genocida”
Pela mesma rede, o líder do PSB na Câmara, o deputado Alessandro Molon (RJ) teceu críticas às prioridades do presidente brasileiro em meio ao caos sanitário. “Mais de 5 mil já morreram de covid-19 no Amazonas. Hospitais estão sem oxigênio. Estado decretou calamidade pública. A prioridade do governo Bolsonaro? Entrar na justiça para realizar o Enem. Governo genocida!”.
O líder socialista disse ainda que a “diferença entre um governo responsável e um inconsequente é que, na primeira opção, o Ministério da Saúde teria agido previamente para evitar que a população de Manaus fosse abandonada à própria sorte”. Cedo ou tarde, Bolsonaro e seus subordinados terão que responder por estes crimes”, escreveu.
“Sobra descaso”
O presidente da sigla, Carlos Siqueira, parabenizou a atitude de Renato Casagrande, governador capixaba, que disponibilizou 30 leitos de UTIs para os pacientes do Amazonas, afirmando que “a hora é de solidariedade. Manaus precisa de oxigênio e não de cloroquina!!!! Parabéns pela iniciativa”, antes de questionar “cadê o governo?”
“CADÊ O GOVERNO?| Não tem oxigênio no hospital federal? A pergunta do parente cujo familiar está em estado grave por Covid num hospital de Manaus retrata o caos na saúde. Falta planejamento do governo e sobra descaso. E muita gente desrespeita o isolamento”, emendou.
“Quantos mais?”
Gervásio Maia (PSB-PB) indagou quem responderá pela tragédia. “Quem irá responder por essa tragédia? Quantos mais precisam morrer para que o Governo Federal assuma seu papel no controle a pandemia? Nossa solidariedade ao povo manauara”.
Papel do ministério da Saúde
Para o deputado Denis Bezerra (PSB-CE), a situação é de completo absurdo. “Cadê a mobilização do Ministério da Saúde para garantir o fornecimento imediato de cilindros de oxigênio?”, questionou.
Aliel Machado (PSB-PR) atribuiu a “falta de planejamento e sensibilidade” à falta de atitude do governo federal, que teria sido avisado antecipadamente da gravidade da crise. “Mais de 5,8 mil mortes por Covid no Amazonas. E o Governo, mesmo alertado 4 dias antes do agravamento da situação, não conseguiu resolver!”, escreveu o deputado federal, que se solidarizou com o povo manauense.
“Bolsonaro abraçou o negacionismo”
Representante do PSB no Amapá, Camilo Capiberibe afirmou que os brasileiros estão “submetidos à irresponsabilidade de um governo que trabalha contra o Brasil desde o início da pandemia”. “E isso nunca foi tão claro quanto agora em Manaus. Jair Bolsonaro abraçou o negacionismo, evitou as medidas corretas e postergou a vacina. Impeachment é a única saída”, defendeu.
Aderindo à campanha criada para pedir auxílio ao Amazonas, Tadeu Alencar (PSB-PE) chamou de “negligência inaceitável” a postura do ministro da Saúde e do Chefe de Estado. “Enquanto Bolsonaro e Pazuello se preocupam com o adesivo do avião que vai buscar as doses de vacina na Índia, a situação em Manaus é crítica, com falta de oxigênio na rede de Saúde. Uma negligência inaceitável. E onde estão o Presidente e o Ministro? #oxigenioparamanaus”.
Pico de internações
Do dia 1º ao dia 12 de janeiro, Manaus teve mais de 2 mil internações relacionadas à doença. Com isso, apenas em janeiro, o estado ultrapassou o total de hospitalizações registrado em maio do ano passado, no início da pandemia no estado.