
Um homem identificado como Rodrigo Ferronato vandalizou uma sorveteria no último sábado (12), em Campinas (SP), após se recusar a usar máscara de proteção no estabelecimento. Em vídeo que viralizou nas redes sociais, é possível vê-lo dando pontapés em objetos da loja e ameaçando a proprietária.
“Faz alguma coisa comigo para você ver se eu não meto a mão na sua cara. Fala um ‘a’ para você ver o que você vai arrumar. Está achando que é comédia aqui? Você não sabe onde você está não”, diz o homem na gravação. Ele também chama a proprietária da sorveteria de “lixo”, “arrombada” e “palhaça”.
O homem, que se define como “conservador, espírita e bolsonarista”, ainda chuta o que parece uma bancada localizada ao lado do balcão da sorveteria. Na sequência, também pisa sobre um cone na entrada do estabelecimento. Aos berros, a dona do local grita para que o homem saia da loja. Após ameaçá-la e vandalizar a sorveteria, ele sai ao lado de uma mulher que parecia o acompanhar.
“Eu sou um cidadão de bem”
Pelo Instagram, agora fora do ar, o homem escreveu uma nota. “Parem de falar o que não sabem. Só ouviram um lado da história. Minha vida está virando um inferno, eu tenho família. É uma vida, então, parem! Estou sofrendo muitas ameaças de vida (sic)”, escreveu.
“Não mereço ser agredido desta forma. Estou sofrendo ameaças de mortes (sic) por causa de uma discussão onde ambas as partes estavam erradas. Eu sou um cidadão de bem, nunca faria mau (sic) a alguém. Agora vão querer me crucificar?”, completou Rodrigo, dizendo, na sequência, que não tinha “culpa do que aconteceu”.
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Ao portal ACidadeON Campinas, a dona da sorveteria deu seu posicionamento. “Eu nunca imaginei que isso aconteceria. Nós estamos com restrição de acesso. Atendendo uma família por vez, quando ele se aproximou para fazer o pagamento eu pedi educadamente para ele colocar a máscara corretamente. Ele se recusou, eu insisti, e depois eu me recusei a atender”, disse a mulher.
“Depois disso ele começou a se revoltar, pegou o telefone para ligar pra polícia, queria me gravar, começou a me ofender e a quebrar as coisas”, declarou. Também ao site, Rodrigo Ferronato disse que teria sido agredido antes com um empurrão, um soco na barriga e tapas. Ele afirma que acionou o Procon e registrou boletim de ocorrência sobre o fato.
Condenado por ameaça e fraude
Na quarta-feira (16), uma matéria publicada na Revista Fórum apontou que Rodrigo Ferronato já foi condenado a dois meses de prisão por ameaçar e forjar denúncias de corrupção contra uma médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O caso ocorreu em Jaú, no interior de São Paulo, em 2018.
De acordo com processo que consta no site JusBrasil, Ferronato foi até a agência do INSS para pedir auxílio-doença. Lá, ele alegou dor na lombar e problema no tornozelo, mas a médica que o atendeu recusou seu pedido de afastamento de três meses. Com isso, o Ferronato passou a ameaçá-la e precisou ser retirado da agência por seguranças.
Seis meses após o episódio, o vendedor foi até o consultório particular da médica, pagou uma consulta e voltou a ameaçá-la. Ele teria apresentado ainda um papel com dados pessoais da profissional e dito que, caso não emitisse um parecer favorável ao auxílio-doença, iria até as “últimas consequências”. Ele teria dito ainda que um tio seu trabalhava com segurança e havia obtido os dados dela e dos demais peritos.
A médica voltou a expulsá-lo, devolveu o dinheiro da consulta e foi orientada a registrar um boletim de ocorrência. Ferronato, no entanto, apresentou queixa na Polícia Federal contra a médica dizendo que ela tentou extorqui-lo, cobrando R$ 60 mil pelo laudo médico e R$ 1,5 mil mensais. O Ministério Público foi acionado e devolveu a acusação, processando Ferronato por denunciação caluniosa e ameaça.
Com informações do Correio Braziliense e Fórum