
Em debate promovido na noite desta terça-feira (13) pela TV Cultura, Uol e Folha de S. Paulo, o candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, defendeu o legado de seu partido, o PT, no combate à corrupção, após ser provocado pelo candidato do Novo, Vinícius Poit.
“Ninguém fortaleceu mais os órgãos de combate à corrupção e ao crime organizado do que o PT. Todos os presídios federais começaram a ser feitos pelo PT no Governo Lula”, relembrou.
“Todo o fortalecimento da Polícia Federal, que hoje é manipulada para proteger família. Nunca trocamos um superintendente da PF de lugar para quem quer que seja. Nunca indicamos um ministro do Supremo Tribunal Federal com o objetivo de depois pedir um favor. A Controladoria-Geral da União , aliás, serviu de modelo para eu criar [como prefeito] em São Paulo a Controladoria-Geral do Município”.
Fernando Haddad (PT) mantém a liderança na disputa do governo do estado de São Paulo. Pesquisa Ipec divulgada nesta terça-feira (6) traz o petista com 36%, seguido de Tarcísio de Freitas, com 21% – os mesmos 15 pontos percentuais de distância registrados na última sondagem.
O candidato bolsonarista consolidou a segunda posição, descolando do atual governador Rodrigo Garcia (PSDB), apontado por 14% dos entrevistados.
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Saúde
Questionado pela jornalista Fabíola Cidral sobre qual plano Haddad teria para agilizar atendimento na área de saúde em São Paulo, o candidato do PT primeiro afirmou que o estado não se preparou para o pós-pandemia.
Segundo ele, para desafogar a filha de um milhão de pessoas, ele tem como missão construir mais cinco hospitais e setenta hospitais dia, locais onde consegue fazer consulta, ambulatorial e cirurgias num mesmo lugar.
O atual governador Rodrigo Garcia (PSDB) foi o alvo preferencial do debate. Ele foi perguntando por Haddad sobre seu padrinho, João Dória, antecessor de Rodrigo, que por sua vez driblou a pergunta do petista ao dizer “não ter padrinhos” na política.
Depois que Rodrigo Garcia (PSDB) se descolou de Doria, Fernando Haddad (PT) rebateu lembrando sua ligação não só com o ex-governador, de quem foi vice, mas também com Gilberto Kassab (PSD) e Celso Pitta. O tucano participou de ambas as gestões na Prefeitura de São Paulo.
Análise
Grande alvo do debate foi o governador tucano Rodrigo Garcia, que apanhou de vários lados. Manteve uma linha neutra, de bom moço sem atacar ninguém. Houve também uma dobradinha com Tarcísio e Vinícius Poit reforçando a posição de linha auxiliar do governo Bolsonaro no Congresso.
Haddad e Tarcísio tentam nacionalizar a disputa em São Paulo, tendo o petista o padrinho Lula (PT) e o candidato do Republicanos, Jair Bolsonaro (PL).
Ainda que precise do impulso de Bolsonaro para chegar ao segundo turno, Tarcísio demonstrou distanciamento do presidente no debate. O ex-ministro recitou a cartilha de Bolsonaro ao defender o trabalho do ex-chefe na pandemia, mas não embarcou na retórica do presidente ao comentar políticas para a cultura.
Tarcísio desviou de ataques à Lei Rouanet e ao vocabulário da “mamata”, que Bolsonaro costuma explorar para inflamar seus apoiadores. O candidato do Republicanos também evitou aplicar força máxima ao antipetismo, como tem feito o presidente. Não desferiu nenhum golpe significativo no PT a partir do tema da corrupção e se esquivou de bate-bocas com Fernando Haddad —embora ambos se reconheçam como os principais rivais desta disputa.