
Indicado há três meses pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça não teria hoje os votos necessários para ser aprovado pelo Senado. As informações são da coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles.
O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, afirmou que o “terrivelmente evangélico” passaria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas não na votação de todos os senadores. Para ser aprovado em plenário, Mendonça precisaria ter 41 dos votos, seja qual fosse o quórum presente.
Mendonça, ex-ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), é o indicado por Bolsonaro para assumir a cadeira do STF deixada por Marco Aurélio Mello em julho. A indicação foi feita pelo presidente em julho, mas para ele se tornar ministro do Supremo, precisa ser aprovado após sabatina na CCJ.
“O terrivelmente evangélico será derrotado”, diz Alcolumbre
O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) deve agendar a sabatina de André Mendonça, indicado do presidente Bolsonaro (sem partido), até o dia 15 de novembro.
Aos colegas, o parlamentar tem dito que tem “total convicção de que o terrivelmente evangélico indicado por Jair Bolsonaro será rejeitado pela maioria dos senadores”.
Davi Alcolumbre fez da sabatina de André Mendonça uma disputa direta com o presidente Bolsonaro. Além de postergar por mais de 100 dias a convocação de Mendonça, articulou votos contrários à indicação do presidente.
Ao mesmo tempo em que manobrou para fritar e derrubar o nome de André Mendonça, o senador, segundo a Folha de S. Paulo, tem feito campanha em prol do nome do Procurador-Geral da República, Augusto Aras.
Bolsonaro lamenta fritura de Mendonça por Alcolumbre: “não se faz”
O presidente Jair Bolsonaro lamentou o fato de o senador Davi Alcolumbre por não pautar a sabatina de André Mendonça na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, etapa obrigatória para aqueles que são indicados para ocupar uma cadeira no STF.
Durante a sua passagem pelo litoral sul de São Paulo, o presidente Bolsonaro fez duras críticas a Alcolumbre. “A indicação é minha. Se ele quer indicar para o supremo, ele se candidata a presidente ano que vem”, declarou o presidente da República.
Por sua vez, quando questionado o senador Alcolumbre, que preside a CCJ, justifica que ainda não há “consenso” na Comissão em torno do nome de André Mendonça, o indicado “terrivelmente evangélico” de Bolsonaro.
Para Bolsonaro, tudo não passa de um jogo político. “Ele pode votar contra, mas o que ele está fazendo não se faz”, lamentou o presidente.