
Na nova escalada de autoritarismo de Jair Bolsonaro (PL) ele voltou a defender o uso de armas por civis. Além de atuar para colocar as Forças Armadas contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o sistema eleitoral do país, ele quer que a população pegue em armas no caso das pesquisas eleitorais se confirmarem e Bolsonaro perca seu atual cargo de presidente.
O atual ocupante do Palácio do Planalto disse que civis devem “resistir, se for o caso, à tentação de um ditador de plantão”.
“Somente os ditadores temem o povo armado”, afirmou em Maringá (PR).
Contrariando mais uma vez aa Constituição, Bolsonaro quer que a população atue como um suposto “reforço” das Forças Armadas.
“O Brasil tem uma área que é cobiçada por muitos países que é a região Amazônica. E para vocês, família brasileira, a arma de fogo é uma defesa da mesma e é um reforço para as nossas Forças Armadas porque o povo de bem armado jamais será escravizado”, disse se referindo à fantasiosa “comunização” do país.
Forças Armadas vão se submeter às investidas de Bolsonaro?
O ex-deputado federal e coordenador do Socialismo Criativo, Domingos Leonelli, afirma que as declarações de Bolsonaro atingem diretamente as funções constitucionais das Forças Armadas e das polícias, que têm a prerrogativa do “monopólio da violência legal”.
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“Quando ele afirma que dispõe do maior poder de fogo do país através de CACs e cidadãos armados, ele está em primeiro lugar desmoralizando e ameaçando as Forças Armadas brasileiras. Depois, está ameaçando a democracia brasileira, a qual as Forças Armadas têm o dever constitucional de defender. Numa democracia não cabe ao “povo armado” defender o estado de direito democrático”, enfatiza.
Leonelli avalia que Bolsonaro brinca com fogo ao acreditar que as “Forças Armadas atuem como tropa complementar do seu exército de caçadores e colecionadores de armas”.
“Ou que as policias vão aceitar o papel de “leão de chácara” dos fascistas armados. Ou ainda que o povo desarmado e pacifico do Brasil vá se encolher de medo dos seus milicianos”, afirma o socialista.
Cortina de fumaça
As declarações radicais de Bolsonaro, destaca, tentam desviar a atenção da população dos inúmeros escândalos de corrupção que assolam seu governo e sua família. Mas não será fácil.
“O primeiro candidato a ditador que o povo varrerá da vida pública é o próprio presidente da República que desonra seu compromisso constitucional. E fará isso sem armas, mas com a coragem que já revelou em grandes mobilizações populares como nas históricas campanhas do “Petróleo é Nosso” e na campanha das Diretas Já”, finaliza.
Com informações da Folha e Brasil 247