
O ministro da Economia, Paulo Guedes, atribuiu nesta quinta-feira (3) a um “impasse político” causado pela disputa pela presidência da Câmara a paralisação das discussões sobre a reforma tributária no Congresso.
Segundo o ministro, parlamentares governistas querem a aprovação do projeto do Banco Central independente e da reforma administrativa, mas o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), preferem a reforma tributária.
“Com esse impasse político, esse desentendimento político envolvendo a disputa da presidência da Câmara, a conversa está parcialmente interrompida. O eixo governista quer a aprovação do Banco Central independente e da reforma administrativa, que já está lá, e o relator e o presidente da Câmara preferem começar a tributária agora”, disse Guedes, durante participação no 92º Encontro Nacional da Indústria da Construção Civil (Enic).
Segundo o ministro, a discussão, inclusive com o envio de projetos de outras etapas da reforma tributária, pode ser retomada de forma rápida.
O deputado Rodrigo Maia, que comanda a Câmara desde julho de 2016, tem afirmado que não é candidato à reeleição. Parlamentares do chamado Centrão, bloco de apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro, defendem o nome do deputado Arthur Lira (PP-AL).
O Supremo Tribunal Federal começa a julgar nesta sexta-feira (4) uma ação que questiona a possibilidade de reeleição para a presidência da Câmara e do Senado.
A tramitação de reformas na Câmara tem sido motivo de divergências entre Paulo Guedes e Rodrigo Maia. No início de outubro, eles participaram de um jantar destinado a pacificar a relação entre ambos e chegaram a fazer um pedido mútuo de desculpas.