
Na última sexta-feira (29) completaram 30 dias que o Ministério Público do Rio (MP-RJ) exonerou os 22 promotores que investigavam as suspeitas de rachadinha no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Os promotores atuavam no Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção, o Gaecc, que corre o risco de ser extinta.
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As exonerações no fim de 2020, assinadas pelo ex-procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, fazem parte da troca de comando no Ministério Público. É uma tradição que todos os promotores de todos os grupos especializados do MP sejam exonerados.
As substituições, então, são feitas pelo novo procurador-geral de Justiça, nesse caso, Luciano Mattos, que tomou posse em 15 de janeiro. Outros grupos do MP já tiveram promotores e coordenadores nomeados, mas o Gaecc teve apenas uma promotora que voltou para função.
Luciano Mattos foi o primeiro colocado na votação para procurador-geral dentro do MP e teve o nome aprovado pelo governador em exercício do Rio, Cláudio Castro.
R$ 6 milhões desviados por Flávio sem investigação
Uma das principais preocupações dentro do MP do Rio é que promotores que conhecem em detalhes as investigações contra Flávio Bolsonaro fiquem de fora de novos desdobramentos do caso. A estimativa é que R$ 6 milhões tenham sido desviados no esquema em que funcionários devolviam parte dos salários ao parlamentar.
Como Flávio Bolsonaro conseguiu o direito a foro privilegiado durante as investigações – o que ainda precisa ser confirmado pelo Supremo Tribunal Federal, até que saia a definição as investigações no MP devem ser conduzidas pelo Grupo de Atribuição Originária Criminal, o Gaocrim, que atua na segunda instância.
Mas investigadores ligados ao caso da rachadinha relatam que também no Gaocrim o clima é de indefinição sobre o futuro. Os 17 integrantes foram exonerados e até agora só três foram nomeados.
Em nota, o Ministério Público disse que uma comissão está trabalhando na reestruturação dos grupos especializados, que o novo procurador-geral de Justiça está há poucos dias no cargo e que esse trabalho inicial de transição é fundamental para aprimorar a atuação do MP.
Com informações do G1
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