
Após o presidente Jair Bolsonaro afirmar que não comprará o imunizante chinês, Coronavac, mesmo se liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), governadores orquestram outras soluções. Segundo reportagem do Estadão, está sendo estudado a possibilidade de um consórcio para financiar e distribuir a vacina.
A ideia ainda é embrionária, porém, esbarra na dificuldade de ter recursos sem apoio federal. Representantes do governador João Doria (PSDB) pediram R$ 1,9 bilhão ao Ministério da Saúde no projeto da vacina, mas o valor total pode ser maior.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), admitiu que a ideia do consórcio foi cogitada, mas acredita que haverá outra solução antes.
“Bolsonaro está isolado e vai perder essa guerra disparatada. Só teremos cenário mais claro quando as agências reguladoras dos Estados Unidos, União Europeia, Japão e China se posicionarem. E começar vacinação em massa em outros países. Então haverá argumentos suficientes para até mesmo recorrer ao Judiciário”, disse ao jornal.
Na quarta-feira (20), em vista a Brasília, o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que, se a vacina for aprovada pela Anvisa, as 46 milhões de doses estarão disponíveis para os brasileiros quer a União decida pela compra ou não.
Verba para Coronavac
Entre as formas estudadas para conseguir verba a mais defendida é por meio da Medida Provisória (MP) 994, que prevê R$ 2 bilhões para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O dinheiro é destinado ao desenvolvimento de outra vacina, de parceria da farmacêutica AstraZeneca e a Universidade de Oxford.
Em agosto, Doria já havia pressionado a bancada paulista para que parte da verba fosse destinada ao Instituto Butantan, que produz a Coronavac junto ao laboratório chinês Sinovac. No entanto, a deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), indicada para relatar a MP da Fiocruz, disse ao Estadão que não deve acatar emendas, mas defende que a União desembolse a verba necessária.
A MP foi assinada em agosto para viabilizar 100 milhões de doses de vacina. Já é válida, mas ainda pode ser alterada pelo Congresso até 3 de dezembro. Uma mudança precisaria da sanção presidencial.
Os deputados Vinicius Poit (Novo-SP) e Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) já apresentaram emendas para dar verba ao Butantan. Poit pede R$ 997,480 milhões e Jardim, R$ 500 mil para São Paulo.
Com informações do Estadão