
Um ato de protesto organizado pelos coletivos Alerte France-Brésil e Md18 Oficial ocupou as ruas de Paris, na França, nesta última sexta-feira (13), para “denunciar a necropolítica do Estado brasileiro”. Realizada na praça do Trocadero, espaço emblemático de Paris, tendo como pano de fundo a Torre Eiffel, a manifestação marcou ainda o lançamento do vídeo “Génocide” (Genocídio).
Dez membros dos coletivos encenaram essa performance baseada no manifesto “A cada dia, o Brasil morre um pouco mais”. Bilingue, em francês e português, o texto denuncia “os ataques do governo à população brasileira, sob o olhar complacente das potências estrangeiras”.
Vestidos de preto e com alvos nas costas, os participantes usavam máscaras com os dizeres “Amazônia”, “Mulheres”, “Indígenas”, “Artistas”, “Justiça social”, “Negros”, “Lgbtqi+”, “Marielle Franco”, “Saúde pública” e “Laicidade”. Aos pés da torre Eiffel, o grupo de dez pessoas, deitadas no chão e portando cruzes, representava a população brasileira.
“Fizemos uma performance e um vídeo sem mencionar o nome do presidente do Brasil (Jair Bolsonaro), mas fica claro de que se trata dele. Ele encarna a necropolítica em escala mundial”, disse à RFI a roteirista e cineasta Liliane Mutti, autora do vídeo.
Alerta ao mundo
O objetivo, segundo a produtora, foi o de alertar a comunidade internacional e os líderes mundiais de que eles estão colaborando para o massacre quando continuam a negociar com um país sob o jugo fascista.
“Este presidente tem um pacto com a morte. Trata-se de um governo genocida. Ele é o maior representante da necropolítica no mundo atual, e com a pandemia isso se tornou ainda mais evidente. Trata-se de um governo que não só não previne a morte como a induz”.
Produzido em parceria com a Ubuntu Collectif Audiovisuel, o vídeo-arte “Génocide” também presta solidariedade às mais de 40 mil vitimas da covid-19 no Brasil.
O vídeo termina com a frase “Quem mandou matar Marielle?”.
Fonte: RFI