
O líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), usou suas redes sociais nesta segunda-feira (25) para falar sobre o ataque de criminosos na cidade de Araçatuba (SP) e a política armamentista do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Freixo pontuou que a política armamentista de Bolsonaro facilita o acesso a armas pesadas por quadrilhas como as que aterrorizaram a cidade do interior paulista nessa madrugada e que atacaram Criciúma e Cametá em 2020.
Freixo destacou no Twitter que Bolsonaro age em duas frentes: ampliando, através de decretos ilegais, a oferta de armas e munições a civis, muitas de uso restrito, como fuzis, e criando arsenais privados, e ao mesmo tempo, está destruindo todos mecanismos de controle e rastreamento desse armamento.
De janeiro a maio de 2020, o crescimento de munições comercializadas cresceu 98% ante o mesmo período de 2019, chegando a 6,3 milhões. Apenas em maio daquele ano, 1,5 milhão de cartuchos foram vendidos, ou seja, mais de 2.000 por hora.
Freixo destacou que a liberação de armas para população e a incitação à cultura armamentista é acompanhada da “destruição dos instrumentos de fiscalização, controle e rastreamento, o que facilita desvios e dificulta a investigação desse tipo de crime. Na prática, Bolsonaro sabota o trabalho policial e aumenta a impunidade”.
O parlamentar também lembrou que os beneficiados pela política armamentista são milícias, traficantes de armas e drogas e quadrilhas como as que aterrorizaram Araçatuba. Freixo frisou que a ampliação da oferta somada à destruição dos mecanismos de controle facilitam desvios que abastecem o mercado ilegal.
Segundo Freixo, o despejo de armas no mercado clandestino reduz os preços de armamentos e munições e faz com que as quadrilhas tenham acesso facilitado a armas pesadas que antes tinham que ser buscadas fora do país a um custo mais alto ou serem desviadas das forças de segurança.
O socialista enfatizou o fato que as próprias corporações policiais, que Bolsonaro diz defender, são prejudicadas por essas medidas, pois mais armas pesadas estarão em circulação e serão usadas em confrontos contra os agentes da Segurança Pública. Marcelo Freixo ainda ressaltou que, para ele, o principal objetivo do governo armamentista é “formar milícias políticas fortemente armadas sob as ordens do presidente para que elas sejam pontas de lança de seu projeto de poder golpista”.
Entenda o caso
Três pessoas morreram durante o ataque de homens fortemente armados a agências bancárias do Centro de Araçatuba, em São Paulo, na madrugada desta segunda-feira (30). Segundo a Polícia Civil, dois moradores e um assaltante foram mortos. Dois suspeitos foram presos. Os moradores foram feitos reféns pela quadrilha após troca de tiros com a polícia.
Em um vídeo que circula nas redes sociais é possível ver dois reféns amarrados em carros e servindo de “escudo humano” para inibir a ação da polícia para impedir a fuga da quadrilha. Segundo a Polícia Militar, pelo menos dez carros foram utilizados na ação. Informou o jornal O Estado de S. Paulo.
Depois do assalto, o prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB-SP), pediu que os moradores evitem sair de casa. Em uma postagem no Facebook, o prefeito informou ainda que suspendeu as aulas nas escolas municipais e estaduais.
Com informações do Brasil 247