
O líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), acionou o Ministério Público Federal (MPF) para que investigue a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, por tráfico de influência na Caixa Econômica Federal. A ação também foi assinada pelos líderes de partidos que formam o bloco da Minoria na Câmara – PSB, PCdoB, PSol, PT, PDT e Rede.
Reportagem publicada nesta sexta, pela revista Crusoé, revela que Michelle Bolsonaro teria montado um bunker para fazer lobby em Brasília para aliados do governo.
Segundo a matéria, que afirma ter obtido documentos do próprio banco, a primeira-dama teria determinado ao presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) que concedesse empréstimos “a juros baixos” a um seleto grupo de empresários aliados do governo durante a pandemia. Alguns deles prestam serviços em cerimoniais e atos no Planalto.
“A pedido da sra. Michelle Bolsonaro e conforme conversa telefônica entre ela e o presidente Pedro [Guimarães], encaminhamos os documentos dos microempresários de Brasília que têm buscado crédito a juros baixos”, diz e-mail enviado pela assessora especial da Presidência, Marcela Magalhães Braga, no dia 20 de maio de 2020.
A lista reúne empresários que prestam serviços diretamente à Michelle, como florista, cabelereira empresários do ramo de moda, ou que atendem a cerimoniais no Planalto, como a doceira Maria Amélia Campos, que obteve, após lobby da primeira-dama, um empréstimo de R$ 518 mil junto à Caixa.
“O contato com a primeira-dama foi fundamental. É o famoso QI (quem indica) que fala, né? Foi uma parceria com a primeira-dama, ela que deu a força final. Foi a Maria Amélia, amiga da gente, que conseguiu com a primeira-dama. Precisei ir uma vez só na Caixa. Foi fácil conseguir”, disse à reportagem Waldemar Caetano Filho, sócio do salão Luiza Coiffeur, sobre empréstimo obtido por indicação de Maria Amélia à primeira-dama.
Caso fique comprovado que Michelle recebeu favores em troca do lobby junto ao presidente da Caixa, o caso pode configurar crime de tráfico de influência.