
As Forças Armadas forneceram ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, dois documentos para ajudá-lo a se defender no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura sua responsabilidade pela falta de oxigênio em Manaus. Os dados foram apresentados no depoimento do ministro nesta quinta-feira (4) à Polícia Federal (PF).
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De acordo com a CNN, a estratégia é tentar isentar Pazuello de culpa, mostrar que agiu rápido quando informado da crise e, indiretamente, que a responsabilidade maior pelo caos foi das autoridades amazonenses. Por se tratar de um general da ativa, as forças têm liderado a defesa de Pazuello mais do que a Saúde e a Advocacia-Geral da União (AGU).
Munição para Pazuello
O mais relevante dos documentos levantados pelas Forças Armadas para municiar o chefe da pasta foi um timbrado do Ministério da Defesa e do Estado-Maior das Forças Armadas, no qual mostra a ordem dada pelo Centro de Operações Conjuntas da pasta para o Comando de Operações Aeroespaciais da Força Aérea Brasileira.
Ela pede, em caráter “urgente”, no dia 8 de janeiro, o “acionamento da missão aérea de transporte aéreo de cilindros de oxigênio, o mais breve possível”. O documento é assinado pelo subchefe de operações general José Eduardo Leal de Oliveira.
Um segundo documento, desta vez do Comando da Aeronáutica, também datado do dia 8 de janeiro, mostra o transporte, em uma aeronave C-130, de 1.174 kg de oxigênio. Eles foram entregues em Manaus no mesmo dia.
O dia 8 de janeiro é considerado pela defesa de Pazuello como data-chave para mostrar que houve ações após o alerta do governo do Amazonas e que, segundo a pasta, teria ocorrido no próprio dia 8 após uma ligação do secretário de saúde de Manaus.
Troca de chefia
Há nove meses sob o comando do general Eduardo Pazuello, o Ministério da Saúde pode mudar em breve de chefia. De acordo com a Veja, até auxiliares do ministro já admitem que o ciclo dele à frente da pasta está chegando ao fim — mais precisamente, após o carnaval.
Alvo de investigação no STF, a revista afirma que interlocutores dentro da pasta da Saúde afirmam que o Ministério passa por um momento de grande desorganização interna. O timing pós-carnaval é apontado como favorável uma vez que a produção da vacina contra a Covid-19 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) terá ganhado fôlego e as priorizações no Congresso Nacional terão passado.
Com informações da CNN Brasil e Veja