
A capital com maior alta absoluta nas abstenções no primeiro turno das eleições municipais é também aquela com menor mortalidade de Covid-19 a cada grupo de 100 mil habitantes. Recordes nas faltas dos eleitores e cuidados com a pandemia marcaram o pleito deste ano.
Florianópolis registrou 28,7% nas abstenções no domingo (15), ante 12,3% no primeiro turno de 2016 – um aumento de 16,4 pontos percentuais. No sábado (14), a cidade registrava 26 óbitos por 100 mil habitantes em razão da Covid-19. É a menor taxa entre todas as capitais.
O menor aumento absoluto nas abstenções, de 1,8 ponto percentual, ocorreu em Belém. Neste ano, as faltas dos eleitores no primeiro turno representaram 20,8%, ante 19,0% em 2016. A capital registrava 145 óbitos por Covid-19 a cada 100 mil habitantes.
Em termos relativos, a maior alta nas abstenções ocorreu em Vitória, com 136% – a capital capixaba tinha 117 óbitos por Covid-19 a cada 100 mil habitantes. A taxa na cidade mais que dobrou, como em Florianópolis (133%). O menor aumento relativo foi em Belém (9%).

Medidas inéditas
Em razão da pandemia, o pleito deste ano adotou medidas inéditas para proteger a saúde. Entre outros itens, foram 9 milhões de máscaras para os mesários e 1 milhão de litros de álcool em gel para uso de eleitores antes e após a votação.
Especialistas avaliavam que as faltas dos eleitores cresceriam no primeiro turno, devido ao temor de contágio pelo coronavírus. Os óbitos superam 165 mil no Brasil. Além da máscara e da higienização das mãos, o distanciamento social é recomendado como ação preventiva.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fez campanhas para demonstrar a segurança para os eleitores. Por outro lado, houve recomendação para que as pessoas com sintomas ou diagnosticadas nos 14 dias anteriores evitassem comparecer. Só votou quem usava máscara.
Dois candidatos a prefeito de capital estão entre os ausentes neste primeiro turno, ambos com Covid-19. O ex-governador Maguito Vilela (MDB), que concorre em Goiânia, está internado em São Paulo. Duarte Júnior (Republicanos) vai ao segundo turno em São Luís.
Recorde em abstenções
A abstenção média no país foi de 23,1%, recorde na urna eletrônica. No primeiro turno para prefeito em 2016, a taxa ficou em 17,6%. Na mesma fase para presidente – fora os votantes no exterior – e governadores em 2014 e 2018, atingiu 19,3% e 20,2%, respectivamente.
No domingo, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, avaliou que as ausências agora em 2020 devem estar relacionadas à pandemia. A justificativa para as faltas poderá ser feita até 14 de janeiro. Há opção por meio de aplicativo e de página do TSE na internet.
Com informações da Agência Câmara de Notícias