
Por Julinho Bittencourt
Mesmo cercado por denúncias de “rachadinhas” e lavagens de dinheiro, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) continua mandando e desmandando no governo. De acordo com coluna de Lauro Jardim publicada no Globo deste domingo (5), o filho 01 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) travou a indicação do novo corregedor da Receita Federal na Casa Civil.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, assinou, em 7 de julho, uma portaria nomeando o auditor-fiscal Guilherme Bibiani para o cargo, num mandato de três anos.
Por conta de pressões do senador, até agora o Diário Oficial não publicou a portaria. Ele quer que a cadeira seja ocupada por um auditor de sua confiança, Dagoberto Lemos.
O ex-corregedor José de Barros Neto foi acusado há alguns meses por advogados de Flávio de leniência em relação à apuração de supostas irregularidades de fiscais da Receita no Rio de Janeiro. O caso foi investigado e arquivado.
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Interferências muito além da Receita
A mistura das relações do clã Bolsonaro no governo são uma constante.
No último dia 27, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou o afastamento do delegado da Polícia Federal (PF), Felipe Leal, da investigação sobre suposta interferência de Jair Bolsonaro na corporação. Leal foi indicado ao cargo pelo próprio Moraes em julho de 2021.
O ministro, inclusive, anulou os novos pedidos de informações solicitados por Leal à PF. Os dados seriam sobre os atos administrativos do ex-delegado e atual diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Maiurino.
O agora afastado Felipe Leal queria incluir no inquérito decisões de Maiurino, que provocaram a troca de delegados na investigação a respeito de Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, que deixou o cargo em junho.
Leal chegou a pedir informações sobre as apurações na Procuradoria-Geral da República (PGR) em relação aos relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que orientaram os advogados de defesa do senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).