
O governo da Finlândia anunciou neste domingo (15) que vai se inscrever para ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar do ocidente liderada pelos Estados Unidos.
Em comunicado divulgado pelo Kremlin, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que o fim da política tradicional de neutralidade militar seria um erro, pois não há nenhuma ameaça à segurança da Finlândia.
A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, confirmou durante evento partidário o anúncio feito no sábado (14) ao lado do presidente, Sauli Niinisto.
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“Estamos em uma situação na Europa em que a Rússia age de forma muito agressiva com os países vizinhos. Estamos em guerra na Ucrânia, então acho que precisamos ter a certeza de que ocorre na Ucrânia, não virá a acontecer na Finlândia”, disse a Marin, no evento que ocorreu em Helsinque, capital finlandesa.
“Tudo mudou quando a Rússia atacou a Ucrânia e, pessoalmente, acho que não podemos mais confiar que haverá um futuro pacífico da Rússia ao nosso lado”, justificou a primeira-ministra.
Também no sábado, em conversa ao telefone com o presidente Niinisto, Putin voltou a dizer que a entrada da Finlândia na Otan e o rompimento com o pacto de neutralidade que o país mantinha, é um grave erro.
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O presidente finlandês disse estar “confuso” com os comentários do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, de que não vê possibilidade da Finlândia e a Suécia ingressarem na Otan de maneira positiva.
“Para ser franco, estou um pouco confuso, porque tive uma conversa por telefone com o presidente Erdogan há um mês. E, de fato, ele assumiu antes que eu tivesse a possibilidade de fazer isso”, disse Siinisto.
“O que ouvimos há dois dias foi diferente do que ouvimos ontem”, completou.
A entrada da Finlândia na Otan levaria a uma aliança militar liderada pelos EUA até a fronteira finlandesa, uma área de 1,3 mil quilômetros com a Rússia.
Apesar da decisão finlandesa, o movimento de adesão a Otan pode levar meses para ser finalizado, uma vez que as legislaturas de todos os 30 membros atuais devem aprovar a entrada de novos candidatos.
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A Suécia, outro país que permaneceu historicamente à margem das alianças militares, também anunciou a pretensão de aderir a Otan. O assunto foi tema de uma reunião que o Partido Social Democrata, que governa o país, no domingo.