
Até o Supremo Tribunal Federal (STF) há um consenso entre os ministros de que a Operação Lava Jato começou a findar quando o então juiz federal Sérgio Moro decidiu ocupar o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro. “Certamente, a decisão de Moro de entrar no governo Bolsonaro foi o maior erro da Lava Jato”, observou um integrante do tribunal.
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De acordo com informações do G1, até mesmo para quem simpatiza com a Lava Jato no STF, a avaliação é a de que Moro fragilizou em definitivo a operação que investigou o maior escândalo de corrupção no país ao deixar a magistratura para ocupar um cargo político. E que, portanto, o julgamento da suspeição do ex-ministro no caso do ex-presidente Lula é uma consequência dessa decisão.
Os ministros reconhecem que a divulgação das mensagens entre Moro e procuradores, que foram alvos de um ataque hacker, acabou intensificando o desgaste da Lava Jato, pois criou um ambiente na Corte de que houve excessos na operação.
Na sequência, o próprio desgaste de Moro no governo Bolsonaro também pesou na avaliação de ministros do STF. O ex-juiz não conseguiu influenciar nem na escolha do Procurador-Geral da República, nem na primeira vaga aberta no STF e teve que sair com acusações de interferência política de Bolsonaro na Polícia Federal (PF).
Cenário
Caso a suspeição do ex-ministro seja aprovada, todas as provas coletadas nos processos envolvendo o ex-presidente Lula serão anuladas. Com isso, todo o trabalho que feito pela Justiça Federal do Distrito Federal terá que começar do zero e nada poderá ser aproveitado, aumentando as chances de prescrição do caso.
Após a ação de Fachin na última segunda-feira (8), o ministro acabou preservando Moro e os demais processos da Lava Jato, pois também considerou extinta a ação movida por Lula levantando a suspeição do ex-juiz.
Também poderá haver um efeito cascata em todos os demais processos da Lava Jato, confirmando que ex-juiz e procuradores da República da força-tarefa que investigaram corrupção na Petrobras foram pegos combinando ações, inclusive forjando provas e testemunhas.
Com informações do G1 e da CNN Brasil