
O Partido Socialista Brasileiro (PSB), que está envolvido diretamente nas discussões sobre quais serão as condições de apoio ao PT nas eleições presidenciais do ano que vem, ainda aguarda algumas movimentações no atual cenário político para cravar seu posicionamento para 2022. O presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, não poupou críticas ao ex-ministro do governo Bolsonaro Sergio Moro e o comparou ao presidente: “Figura igualmente nociva”.
Em mais uma reportagem da série de entrevistas do portal Yahoo! Notícias com os dirigentes partidários sobre 2022, Siqueira foi enfático em dizer que “a atuação nociva dele (Sergio Moro) sai do sistema jurídico brasileiro para o mundo da política”.
O presidente do PSB afirma que a candidatura do ex-presidente Lula (PT) é a que possui, atualmente, condições de derrotar Bolsonaro porque, na opinião de Siqueira, a disputa no país hoje não é entre esquerda e direita, mas entre “autoritarismo e democracia”.
Para Siqueira, a eleição de Bolsonaro é a prova de que o sistema político brasileiro “faliu” e também por isso ainda não é possível apontar com clareza o que esperar de 2022.
Diante das conversas sobre o possível apoio ao PT, Siqueira destacou que já foi apresentada a demanda de que a sigla indique o candidato a vice na chapa com Lula, no entanto, os petistas terão que atender também outras reivindicações do PSB que passam pelas articulações aos governos estaduais como São Paulo e Rio de Janeiro.
“O PT precisa escolher se quer disputar a Presidência da República ou quer fazer essas disputas regionais”, concluiu.
Possível filiação de Alckmin ao PSB
Um assunto que ganhou destaque nas últimas semanas, foi a possibilidade de que o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) saia de seu atual partido e siga para o PSB, como inicialmente revelado pelo jornal Folha de São Paulo. Dessa forma, ele formaria uma chapa com Lula para 2022.
Questionado sobre o assunto, Carlos Siqueira ressaltou que a confirmação de Alckmin no PSB não é uma demanda do próprio partido, mas do PT. No entanto, ele reconhece que Alckmin iria fortalecer a candidatura de Lula e que essa estratégia precisa ser pensada como forma de derrotar o atual governo para que a democracia seja “estabelecida plenamente”.
“A hipótese de abrigar o governador Alckmin para esta finalidade, que eu acho que fortaleceria a candidatura do ex-presidente Lula, nós admitimos isso porque temos por ele um grande apreço, é um homem inatacável politicamente. Mas tem as nossas diferenças políticas”, analisou.
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Mesmo ao avaliar que Lula é que tem condições de derrotar Bolsonaro e que Alckmin no PSB ajuda a candidatura, Siqueira defende que não podem ser excluídas as reivindicações da sigla em relação aos Estados como o apoio a Márcio França em São Paulo.
O presidente do PSB ressaltou que, além de São Paulo, os Estados do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro também têm destaque nas articulações do partido.
Com informações do Yahoo! Notícias