
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) estiveram nesta terça na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) em conversas com empresários sobre propostas de recuperação econômica para o Brasil.
Na abertura, Lula falou sobre a crise de credibilidade internacional que o Brasil atravessa e afirmou que o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) promove “a maior distribuição de dinheiro desde o império”, no período eleitoral.
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Lula elogiou a experiência de Alckmin e disse que a parceria dos dois se deu porque juntos eles têm capacidade de recuperar o país da atual crise.
Em seguida, o próprio ex-governador discursou e agradeceu aos empresários por ingressarem no movimento em defesa da democracia que idealizou a Carta aos Brasileiros.
“As pessoas passam, as instituições ficam. O que precisamos é ter boas instituições”, afirmou. “Nação é mais importante que governo. Nação é nossa língua, nossa cultura, nossa religião, a luta dos que já morreram. A Nação assinou a carta aos brasileiros. Parabéns à Fiesp.”
Alckmin foi aplaudido pelos presentes. Em seguida relembrou sua relação com Lula e defendeu uma melhoria da eficiência do governo e uma agenda de competitividade com foco em emprego e renda.
Disse que Lula “vai recolocar o Brasil no cenário internacional”, e defendeu a ampliação do diálogo entre governo e empresários. “O caminho é o diálogo. Quem ouve mais erra menos”, afirmou.
Em seguida, o ex-ministro Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo da chapa, fez uma defesa da reindustrialização do país, o fortalecimento do Estado, a promoção de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e a necessidade do enfrentamento da crise climática.
A Fiesp tem recebido candidatos a presidente da República e a governadores de São Paulo. Fernando Haddad (PT) e o economista André Lara Resende, ex-presidente do Banco Central e um dos formulares do Plano Real, em 1994, também estavam presentes.
“Que negócio é esse de militar de fiscalizar eleição?”
Em crítica a Bolsonaro, Lula falou sobre os documentos em defesa da democracia e do Estado de Direito. “Quem sabe a carta que ele gostaria de ter é uma carta feita por milicianos?”, perguntou. Na sequência, Lula questionou: “Qual é o direito que ele [Bolsonaro] tem de colocar em suspeição a urna eletrônica?”
“Que negócio é esse de militar de fiscalizar eleição?”, questionou Lula. O petista fez uma longa defesa de seu governo e disse que hoje o Brasil está pior que estava no início dos anos 2000.
“Vejo o Brasil hoje muito pior do que 2003. A sociedade está desgastada politicamente, pelo clima de provocação, pela quantidade de fake news. O Brasil não conversa com ninguém. Nem o presidente é convidado [para ir a outros países] nem ninguém quer vir aqui”, criticou. “O Brasil precisa voltar à normalidade”, completou.