
Segundo levantamento do Observatório de Política Fiscal do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), feito pelo economista Manoel Pires, as iniciativas anunciadas até o momento pelo governo de Jair Bolsonaro para conter o impacto do coronavírus no Brasil estão “muito abaixo do que foi anunciado em outros países”.
Enquanto na Alemanha os gastos do governo para enfrentar a crise do coronavírus atingem 37% do seu PIB, no Brasil as medidas anunciadas até agora somam cerca de 4% do PIB.
Em países como Reino Unido e Espanha, as ações dos governos chegam a 17% do PIB, aponta ainda o levantamento da FGV.
Entre as medidas anunciadas pelo governo britânico, por exemplo, está a reposição de até 80% da renda dos trabalhadores que tiverem seus salários suspensos
Já o governo Bolsonaro chegou a editar uma Medida Provisória que permitia suspender salários por até quatro meses, sem qualquer compensação aos trabalhadores.
O presidente recuou da medida após fortes críticas e deve anunciar outro esquema que preveja alguma compensação.
Para Manuel Pires, o esforço fiscal do governo brasileiro adotado até o momento é “absolutamente insuficiente” para enfrentar a crise.
Analogia à guerra
O economista da FGV defende que o aumento do endividamento público para custear os gastos extras nesse momento seja pago depois com elevação de impostos.
“Imposto de Renda é o que normalmente é utilizado em casos como esse. Foi o que aconteceu em períodos de guerra. A analogia aqui é direta”, diz ainda.
Apesar de tradicionalmente economistas defenderem o controle de contas públicas, neste caso a ampliação dos gastos para conter a crise do coronavírus tem sido fortemente defendida.
Informações retiradas da BBC News Brasil