
Com Julinho Bittencourt
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) soltou manifesto nesta quarta-feira (1º), no qual se alinha com o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e faz críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).
O texto, com o título de “Manifesto Pela Liberdade”, afirma que “nas últimas semanas, assistimos a uma sequência de posicionamentos do Poder Judiciário, que acabam por tangenciar, de forma perigosa, o cerceamento à liberdade de expressão no país”.
“Falamos de investigações e da possibilidade de desmonetização de sites e portais de notícias que estão sendo acusados em inquéritos contra as fake news. Em nosso entender, impor sanções sem o devido processo legal, contraditório e ampla defesa é uma precipitação, além de inequívoca afronta à Constituição Federal”, diz ainda o manifesto.
De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, Bolsonaro distribuiu o manifesto da Fiemg em vários grupos de WhatsApp. A entidade já havia se alinhado ao presidente ao se recusar a assinar o manifesto pela harmonia entre os Três Poderes feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com endosso da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). O documento teve a divulgação adiada depois de intensa pressão do governo.
Leia o texto na íntegra aqui.
Agronegócio na contramão de Bolsonaro
Após o recuo na divulgação do manifesto articulado pela Fiesp e Febraban, que seria publicado nesta terça-feira (31), o agronegócio resolveu se manifestar.
Sete entidades ligadas à agroindústria divulgaram, nesta segunda-feira (30), o próprio documento em defesa do Estado Democrático de Direito e apontam preocupações com “os atuais desafios à harmonia político-institucional e, como consequência, à estabilidade econômica e social” do país.
Algumas dessas organizações do agronegócio assinaram o texto da Fiesp e da Febraban, cuja publicação foi suspensa.
O documento relata graves consequências que o país enfrenta ao se apresentar ao mundo “como uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou em risco de retrocessos e rupturas institucionais. O Brasil é muito maior e melhor do que a imagem que temos projetado ao mundo. Isto está nos custando caro e levará tempo para reverter”.