
Para tentar reverter sua falta de popularidade no Nordeste, Jair Bolsonaro (PL) agora tenta levar os louros da transposição do Rio São Francisco. Para isso, mais fakes news bolsonaristas têm sido disseminadas para atribuir um dos maiores projetos hídricos do país ao atual ocupante do Palácio do Planalto.
A transposição é composta por dois eixos: Leste, de 220 km, e Norte, com 260 km.
Apesar de ter inaugurado alguns poucos trechos do eixo norte, a rede bolsonarista tem espalhado vídeos que atribuem a Bolsonaro a realização das obras, que tiveram início em 2007.
Relatório da Controladoria-geral da União consultado pelo Projeto Comprova mostra que o eixo norte estava com 92,5% das obras concluídas, em 2017.
O eixo leste foi inaugurado integralmente na gestão Michel Temer, também em 2017.
Os adiamentos tiveram impacto no valor das obras. Inicialmente foi orçada em R$ 4,5 bilhões. Segundo o governo Bolsonaro, até novembro de 2019, afirma terem sido gastos R$ 10,6 bilhões – com R$ 1,4 bilhão restantes para concluir a obra.
A chegada da água em Barra de Santana, na Paraíba, é um dos casos em que Bolsonaro tenta se apropriar. O trecho foi inaugurado em 2018, durante a gestão de Temer.
Vídeo analisado pelo Estadão Verifica, serviço de checagem do periódico, verificou que um vídeo amplamente divulgado nas redes bolsonaristas, atribui ao atual mandatário a conclusão e inauguração das obras que levaram água para uma área de lazer em Barra de Santana.
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Conforme a checagem feita pelo jornal, o conteúdo, é mentiroso já que a localidade faz parte do Eixo Leste, que começou a operar em 2017.
A fake news viralizou no Facebook com agradecimentos a Bolsonaro.
Em outro vídeo, um desvio da BR-232, em Pernambuco, que passa por cima do canal da transposição, foi entregue em 2017.
Foram mais de 150 mil interações somente no Facebook. Na gravação um homem não identificado indica um local onde passava uma rodovia “na era do PT”, mas que agora a pista segue sobre uma ponte que cruza o canal de transposição.
Ele atribui a obra atribui falsamente a obra Bolsonaro, apesar do trecho ter sido entregue ainda durante o governo Temer.