
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Edson Fachin, determinou nesta quinta-feira (21), que o presidente Jair Bolsonaro e o partido do qual faz parte, o PL, se manifestem, em até cinco dias, sobre as mentiras e ataques às urnas eletrônicas proferidos em apresentação a embaixadores.
A medida de Fachin atende a pedido do PDT. Na terça-feira (19), o partido solicitou exclusão do vídeo da apresentação de Bolsonaro das redes sociais. Além de Bolsonaro, o PDT e o pré-candidato Ciro Gomes, autores da representação, também deverão se manifestar no prazo determinado.
A reunião do mandatário com embaixadores de aproximadamente 40 países ocorreu na segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada. Na ocasião, Bolsonaro voltou a lançar inverdades sobre o sistema eleitoral brasileiro.
Por mais de 45 minutos, o chefe do Executivo federal também criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e afirmou que seu governo está empenhado em apresentar uma “saída” para as eleições deste ano.
No despacho publicado nesta quinta-feira, Fachin solicitou explicações de todas as partes envolvidas no pedido de exclusão do vídeo, incluindo o presidente Jair Bolsonaro e a empresa Facebook, onde as imagens da reunião estão divulgado.
“Da leitura da petição inicial extrai-se da causa de pedir que os fatos retratados indicam que a anduzida prática de desinformação volta-se contra a lisura e confiabilidade do processo eleitoral, marcadamente, das urnas eletrônicas”, pontuou o ministro. Fachin se manifestará sobre a exclusão das imagens apenas após a explicação das partes envolvidas no caso.
Entidades defendem Justiça Eleitoral após ataques de Bolsonaro
Mais de 60 entidades saíram em defesa da Justiça Eleitoral após Bolsonaro voltar a levantar suspeitas sobre a segurança e a lisura do processo eletrônico de votação. Levantamento que circula nas redes sociais, compartilhado por um integrante do gabinete de Edson Fachin, mostra uma lista com 62 notas de apoio ao sistema eleitoral e aos ministros da Corte, também atacados pelo presidente.
De maneira geral, os textos reafirmaram a total confiança no TSE e nas urnas eletrônicas. Também pediram para que os candidatos respeitassem o resultado do pleito, seja ele qual for.
Posicionamentos foram divulgados por associações que representam os mais diversos setores da sociedade, como juízes, procuradores, advogados, professores, cientistas políticos e servidores públicos. Entre as entidades que se manifestaram, estão três que representam delegados e peritos da Polícia Federal (PF), que costumam participar dos testes de segurança das urnas para testar a higidez do sistema de votação.
Nessa quarta (20), servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), por meio da União dos Profissionais de Inteligência de Estado (Intelis), também se posicionaram contra os ataques, sem provas, ao sistema eleitoral.
Com informações do Globo e Valor Econômico