
Muito pior que os 35 mil comprimidos de Viagra e as próteses penianas licitadas pelo Exército Brasileiro foram as declarações de Jair Bolsonaro (PL) no Rio Grande do Sul sobre a sua politica armamentista.
Os comprimidos cairam na gargalhada do povo. Viraram a grande piada do Brasil. Embora absurda , e já objeto de proposta de uma CPI pelo lider do PSB , Bira do Pindaré, a compra dos medicamentos e equipamentos contra a disfunção erétil , está sendo levada na gozação.
Já as declarações de Bolsonaro atingem diretamente as funções constitucionais da Força Armadas e a policias brasileiras na medida que se colocam frontalmente contra o principio legal e constitucionais que limitam ao Estado o monopólio da violência legal.
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Quando ele afirma que dispõe do maior poder de fogo do Pais através de CACs e cidadãos armados , ele está em primeiro lugar desmoralizando e ameaçando as Forças Armadas brasileiras. Depois está ameaçando a democracia brasileira , a qual as Forças Armadas tem o dever constitucional de defender . Numa democracia não cabe ao “povo armado” defender o estado de direito democrático.
Mas Bolsonaro está brincando com fogo , se imagina que as Forças Armadas atuem como tropa complementar dos seu exército de Caçadores e Colecionadores de armas. Ou que as policias vão aceitar o papel de “leão de chácara” dos fascistas armados. Ou ainda que o povo desarmado e pacifico do Brasil vá se encolher de medo dos seus milicianos.
É verdade que com suas declarações radicais Bolsonaro pretende desviar a atenção popular dos escândalos de corrupção que grassam no seu governo não só no MEC mas nos seu próprio gabinete. O primeiro candidato a ditador que o povo varrerá da vida publica é o proprio presidente da Republica que desonra seu compromisso constitucional. E fará isso sem armas mas com a coragem que já revelou em grandes mobilizações populares como nas históricas campanhas do “Petróleo é Nosso” e na campanha das Diretas Já.
Por Domingos Leonelli, ex-deputado federal e coordenador do site Socialismo Criativo