
Nesta terça-feira (27), o ex-porta-voz da Presidência Otávio do Rêgo Barros fez uma série de críticas indiretas ao presidente Jair Bolsonaro, em artigo publicado no jornal “Correio Braziliense”.
Sem citar o nome do ocupante do Palácio do Planalto, Rêgo Barros afirmou que o poder “inebria, corrompe e destrói“. O antigo colaborador reprovou também a postura de auxiliares presidenciais que se comportam como “seguidores subservientes”.
Segundo o Globo, o texto casa com reclamações de integrantes do próprio Palácio do Planalto que criticam Bolsonaro pela suposta dificuldade do presidente de lidar com opiniões que não lhe sejam favoráveis e de reconhecer os próprios erros.
“Os líderes atuais, após alcançarem suas vitórias nos coliseus eleitorais, são tragados pelos comentários babosos dos que o cercam ou pelas demonstrações alucinadas de seguidores de ocasião”, escreveu Rêgo Barros.
No texto, o ex-porta-voz citou ainda propostas que foram apresentadas, mas que não foram levadas adiante no governo.
“É doloroso perceber que os projetos apresentados nas campanhas eleitorais, com vistas a convencer-nos a depositar nosso voto nas urnas eletrônicas, são meras peças publicitárias (…) Valem tanto quanto uma nota de sete reais. Tão logo o mandato se inicia, aqueles planos são paulatinamente esquecidos diante das dificuldades políticas por implementá-los ou mesmo por outros mesquinhos interesses”, escreveu Rêgo Barros. “Os assessores leais – escravos modernos – que sussurram os conselhos de humildade e bom senso aos eleitos chegam a ficar roucos”, continuou.
Críticas e críticas
Rêgo Barros também criticou indiretamente auxiliares de Bolsonaro que, por conveniência, preferem concordar com tudo:
“Alguns deixam de ser respeitados. Outros, abandonados ao longo do caminho, feridos pelas intrigas palacianas. O restante, por sobrevivência, assume uma confortável mudez. São esses seguidores subservientes que não praticam, por interesses pessoais, a discordância leal”.
Na parte final do artigo, o ex-auxiliar de Bolsonaro fez referência indireta ã próxima eleição presidencial, em que o governo será avaliado: “à população, como árbitro supremo da atividade política, será obrigada a demarcar um rio Rubicão cuja ilegal transposição por um governante piro-maníaco será rigorosamente punida pela sociedade. Por fim, assumindo o papel de escravo romano, ela deverá sussurrar aos ouvidos dos políticos que lhes mereceram seu voto: “Lembra-te da próxima eleição!””
Com informações do jornal O Globo