
Por Julinho Bittencourt
A Crescera Capital, gestora anteriormente conhecida como Bozano Investimentos, que tinha entre seus sócios o ministro da Economia Paulo Guedes, passou a investir, a partir de agosto de 2020, momento em que o país alcançava a marca de 120 mil mortes por covid-19, no maior grupo de funerárias do Brasil. A gestora colocou R$ 350 milhões no Grupo Zelo, especializado em “death care” e se tornou sua maior acionista.
‘Death care’ reúne serviços ligados ao mercado da morte e luto, como cemitérios, crematórios, velórios, funerárias, planos de assistência funeral, entre outros.
O Grupo Zelo, que usa o lema “essencial é viver bem”, nasceu em 2017 da fusão das duas maiores funerárias de Belo Horizonte: a Bom Jesus e a Santa Clara. Nos anos seguintes, saiu às compras, e fez cerca de 20 aquisições por ano e chegou a 45 funerárias, de acordo com informações do repórter Pedro Arbex no Brazil Journal.
A empresa também comprou o Parque da Colina, maior cemitério privado de Belo Horizonte, num movimento de verticalização do negócio que deve ajudar a controlar os custos.
O Diário do Comércio informa que foram adquiridas ao todo 14 novas empresas de serviços ou planos funerários e cemitérios. O grupo também passou a investir na digitalização, inclusive promovendo velórios online.
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De acordo com o gerente de Relacionamento com Investidores do grupo, Henrique Morsoletto, no Brasil, o setor de “death care” tem características que o tornam bastante atrativo para fundos de private equity, pois o segmento é marcado por forte resiliência em relação aos ciclos econômicos, com margens interessantes, receita recorrente, elevada fragmentação e poucos players com participação nacional.
“As empresas, na sua grande maioria, contam com gestão familiar e alto potencial de crescimento, em especial por meio de planos de assistência funerária”, aponta.