
O ex-banqueiro Guillermo Lasso foi eleito neste domingo (11) o novo presidente do Equador. Candidato da direita, ele já havia disputado a presidência do país por duas vezes. Agora, ele venceu Andrés Arauz, preferido do ex-presidente Rafael Correa. Lasso foi declarado vencedor do pleito quando 97,9% das urnas haviam sido apuradas. Na ocasião, ele tinha 52,5% dos votos válidos, contra 47,5% de seu oponente.
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Arauz admitiu a vitória do concorrente e disse que continuará “servindo ao povo equatoriano” e que fará “uma oposição séria e democrática”. Ele disputou a eleição como candidato de esquerda, pela coalizão progressista União Pela Esperança (Unes).
Lasso: mudar com responsabilidade
Lasso concorreu pelo partido de direita Movimento CREO. Em seu discurso após declarado vencedor, ele disse que assumirá a presidência com “o desafio de mudar o Equador com responsabilidade”. O conservador substitui o atual mandatário do país, Lenín Moreno, a partir de 24 de maio.
O presidente eleito havia recebido 19,74% dos votos no primeiro turno. Arauz tinha obtido 32,72%. As pesquisas mais recentes apontavam que 20% dos eleitores não haviam se decidido sobre sua escolha para o pleito deste domingo.
Pedido de recontagem no primeiro turno
Com larga vantagem para Arauz, a disputa pela outra vaga no primeiro turno foi acirrada entre Lasso e a candidata Yaku Pérez, do partido indígena Pachakutik, que recebeu 19,38%. Ela chegou a estar em segundo lugar, mas foi ultrapassada na última semana de apuração.
Pérez afirmou que que houve fraude na eleição e pediu recontagem dos votos ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador. Houve até um acordo entre ambos sobre a recontagem de 50% dos votos em 16 das 24 províncias do país e em 100% das urnas na província de Guayas, onde fica Guayaquil.
Um dia após o acordo, porém, Lasso enviou carta ao CNE pedindo que fossem promulgados os resultados do primeiro turno “sem prejuízo das correspondentes contestações que se apresentem nos termos da lei”. O conselho então confirmou a realização do segundo turno com os dois candidatos que participaram da disputa neste domingo.
Mudança de discurso
Atrás no primeiro turno, Lasso mudou a postura perante o eleitorado, preferindo uma linguagem considerada mais moderna em sua comunicação. A iniciativa teve como objetivo atrair o eleitor mais jovem. A base original de eleitores do presidente eleito estava no meio empresarial e nos anti-correístas de centro-direita.
Após o primeiro turno, Lasso concedeu entrevista ao jornal Folha de S. Paulo dizendo que iria inserir novas pautas à sua campanha. “Eu ouvi as urnas no último dia 7 de fevereiro e vi que a preocupação dos equatorianos, principalmente dos jovens, em relação ao meio ambiente e aos direitos da comunidade LGBT é muito grande. E, portanto, como candidato no segundo turno, é meu dever incorporá-los.”
O vencedor das eleições disputou a presidência pela terceira vez, tendo sido derrotado em 2013 e em 2017. Ex-presidente-executivo do Banco Guayaquil, governador da província de Guayas e ministro da Energia, ele foi ministro da Economia em 1999, quando o presidente Jamil Mahuad implementou a dolarização do país, extinguindo a moeda nacional, o sucre.
Com informações da Folha de S. Paulo e Opera Mundi