
Luiza Sousa Paes, ex-assessora do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembléia Legislativa do Rio (Alerj), revelou em depoimento ao Ministério Público do Rio (MP-RJ) um encontro com Frederick Wassef, ex-advogado do senador, em um hotel na Barra da Tijuca, em 20 dezembro de 2018. A reunião ocorreu no mesmo dia em que ela tinha sido chamada para prestar esclarecimentos na investigação.
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Wassef a orientou a não atender a convocação do MP-RJ.
Conforme o Globo revelou na última quarta-feira (4), a ex-assessora admitiu que nunca atuou como funcionária do filho do presidente Jair Bolsonaro e que era obrigada a devolver mais de 90% do salário.
Além disso, Luiza apresentou extratos bancários para comprovar que, entre 2011 e 2017, entregou, cerca de R$ 160 mil para Fabrício Queiroz, ex-chefe da segurança de Flávio que é apontado como operador do esquema. É a primeira vez que um ex-assessor admite o esquema ilegal no gabinete.
Encontro
Além da revelação aos promotores, a ex-assessora cedeu localizações de GPS que apontavam esse encontro. Quem a direcionou para a reunião foi o advogado Luiz Gustavo Botto Maia, que já atuou paia Flávio Bolsonaro. O MP-RJ já tinha verificado que, na véspera da reunião com Wassef, Luiza recebeu, por mensagens, orientação de Botto Maia para não atender â convocação dos promotores no dia seguinte.
Luiza contou que encontrou Botto Maia em seu escritório e de lá seguiu com ele para um hotel na Bana onde estava Frederick Wassef. No encontro, Wassef não se apresentou como advogado de Flávio. Afirmou que era “poderoso” cobrava milhões nas causas em que atuava, mas estava fazendo a defesa de graça porque considerava que aquilo tudo era uma “covardia“.
Aconselhada a não prestar depoimentos
Também foi dito pelos advogados que não era para ela prestar depoimento porque nenhum assessor iria fazê-lo. Wassef era advogado de Flávio no procedimento e também atuava em outras causas dos Bolsonaro.
Naquela época, em dezembro de 2018, Luiza, Queiroz e o pai da ex-assessora também passaram a combinar uma versão para um possível depoimento no MP-RJ. Queiroz tinha pedido a ela que contasse aos promotores uma história parecida com o que foi relatada pelo subtenente Agostinho Moraes, outro assessor. Moraes disse que dava dinheiro a Queiroz para investimento na compra e venda de carros.
Com informações do Globo