
A “guinada” à esquerda na Colômbia se torna cada vez mais uma realidade. Após os eleitores colombianos terem ido às urnas no último domingo (29), para eleger o próximo presidente da República do país, o resultado não poderia ser diferente: com as urnas apuradas, o segundo turno vai contar com o senador e ex-guerrilheiro Gustavo Petro, seguido pelo candidato de extrema-direita, Rodolfo Hernández.
Petro somou 40,34% dos votos, ante aos 28,17% de Hernández.
Agora, o país sul-americano se prepara para o segundo turno, que acontecerá 19 de junho. A expectativa é que a Colômbia se junte à esquerda que ‘gravita’ na maioria dos países da América do Sul e que em outubro pode trazer de volta o ex-presidente Lula (PT) ao cargo máximo do Executivo brasileiro.
Cenário
Com a proximidade da eleição de um novo presidente, o povo colombiano também clama por mudanças diante de uma série de problemas enfrentados pelo país: estragos econômicos da pandemia, o aumento da violência, a corrupção, a desigualdade e as feridas deixadas pela repressão de protestos.
Além disso, o descontentamento com a direita é um sentimento em comum do país. O atual presidente Ivan Duque deixará a Casa de Nariño, sede do poder executivo na Colômbia, com alta rejeição e o legado de ter “aprofundado” ainda mais as carências do país.
Soma-se a isso o clima de tensionamento e violência que marca o pleito presidencial. De acordo com a Fundação Paz e Reconciliação (Pares), entre 13 de março e 13 de maio, 222 pessoas foram vítimas de violência eleitoral na Colômbia, sendo 29 assassinatos e 193 ameaças.
Também houve uma série de denúncias de ameaças de morte contra Petro e a Francia Márquez, candidata a vice-presidência, durante a campanha eleitoral. Por conta deste histórico, segundo o poder eleitoral colombiano, Gustavo Petro tornou-se uma das dez pessoas mais custodiadas pela polícia nacional.