
Um vídeo em que um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ensina alunos de um cursinho a usarem gás lacrimogêneo em viaturas gerou revolta nas redes sociais. Esse é o mesmo tipo de abordagem empregada por agentes da da PRF contra Genivaldo de Jesus Santos, que morreu asfixiado depois de ser colocado numa câmara de gás improvisada no porta-malas de uma viatura, em Umbaúba (SE).
De acordo com o Metrópoles, ainda se sabe de quando é a gravação. No vídeo, atribuída ao professor Ronaldo Bandeira, do curso preparatório AlfaCon, ele descreve aos risos um suposto episódio testemunhado por ele.
“O que o policial faz? Abre um pouquinho, pega o spray de pimenta e taca. Foda-se, é bom pra caralho, a pessoa fica mansinha. Daqui a pouco escuto assim: ‘Vou morrer, vou morrer’. Aí fiquei com pena, abri e disse: ‘Tortura’. Sacanagem, fiz isso não”, disse.
Em nota ao Metrópoles, a AlfaCon disse repudiar qualquer tipo de violência e que o professor não faz parte do corpo docente do cursinho desde 2018.
O AlfaCon, de Cascavel-PR, é o mesmo em que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) disse que “se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Você não manda nem um jipe, manda um soldado e um cabo”, em 2018.
Câmara de gás no porta-malas
Genivaldo Jesus foi abordado por agentes da PRF por circular com a moto sem a utilização de capacete. Ele morreu após ser preso e colocado a força em um porta-malas da viatura.
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Os agentes envolvidos admitiram ter usado gás lacrimogêneo e spray de pimenta, mas segundo a nota da PRF, a causa da morte de Genivaldo foi “possivelmente um mal súbito”.
De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML) de Sergipe, Genivaldo morreu por asfixia mecânica e insuficiência respiratória aguda.