
Com Eduardo Lima e Plinio Teodoro
Em resposta à escalada golpista de Jair Bolsonaro (sem partido), que tem inflado seus seguidores a participarem de atos antidemocráticos no dia 7 de setembro, próxima terça-feira, Dia da Independência, a embaixada dos Estados Unidos no Brasil (EUA) e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), se manifestaram.
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A embaixada dos EUA emitiu um alerta para todos os cidadãos estadunidenses residentes no Brasil para tomarem cuidado com as manifestações antidemocráticas de 7 de setembro em prol do governo de Jair Bolsonaro. O motivo? O temor de violência por parte dos bolsonaristas.
Os estadunidenses estão recebendo cartas da embaixada avisando para terem cuidado e não se aproximarem das manifestações em local algum. Mesmo os atos que prometem ser mais pacíficos, pois todo cuidado é pouco.

Tudo indica que até mesmo o governo dos EUA sabe da agressividade que os seguidores do bolsonarismo são capazes.
CNBB: “Paz não se constrói com armas”
Em mensagem por ocasião do Dia da Pátria, a CNBB divulgou um vídeo nesta sexta-feira (3) em que o presidente da instituição, dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, manda um recado indireto para Bolsonaro.
“Quem se diz cristão ou cristã deve ser agente da Paz e a paz não se constrói com armas. Somos todos irmãos. Esta verdade é sublinhada pelo Papa Francisco na carta encíclica Fratelli Tutti.”
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
O religioso também lembra a foma que avança sobre a população mais pobre, resultado da desastrosa política econômica do governo juntamente com a crise gerada em todo mundo devido à pandemia.
“A fome é realidade de quase 20 milhões de brasileiros. Aquele pai que não tem alimento a oferecer para o próprio filho é seu irmão. Nosso irmão. Do mesmo modo, a criança e a mulher feridas pela miséria são suas irmãs, nossos irmãos e irmãs”, afirma.
Em outra indireta ao governo, dom Walmor lembra a ganância que está destruindo as florestas e diz que os “os povos indígenas, historicamente perseguidos e dizimados, enfrentam graves ameaças do poder econômico extrativista”.
“Nossa pátria não começa com a colonização europeia. Nossas raízes estão nas matas e florestas, num sinal claro nos ensinando que a nossa relação com planeta deve ser pautada pela harmonia. Os povos indígenas, historicamente perseguidos e dizimados, enfrentam graves ameaças do poder econômico extrativista e ganancioso que tudo faz para exaurir nossos recursos naturais”, disse.