
A partir desta quarta-feira (6), Brasília será a primeira capital autorizada a ter o 5G no Brasil. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) aprovou ontem (4) a liberação antecipada o uso das faixas de frequências de 3,5 GHZ (gigahertz), a mais disputada no leilão. A ação é mais um passo na direção à revolução tecnológica que promete mudar a vida das pessoas, a comunicação entre as coisas e impactar diversos setores da economia e da indústria.
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Mas, afinal, o que é esse padrão 5G, tão falado mundialmente, que opôs Estados Unidos e China e desejado pelos brasileiros que ainda não tiveram acesso à tecnologia?
Afinal, o que é o 5G?
As “estradas virtuais” por onde viajam as ondas podem ser comparadas às rodovias. Quando as rodovias estão com muito tráfego é preciso abrir outros caminhos. Também é assim com as frequências. E a cada nova geração a estrada virtual é melhor, comporta mais tráfego, novas aplicações e com qualidade superior para os serviços.
A primeira geração, o 1G, trouxe celulares enormes, os ‘tijolões’, ainda analógicos e só para voz. A 2G veio com as mensagens de texto como novidade. A 3G já parecia um minicomputador e era possível navegar pela internet.
A geração atual, 4G, deu um passo maior. Com mais velocidade que as versões anteriores, deu espaço à criação de múltiplos aplicativos. Hoje, é possível encontrar um app para quase tudo que se imaginar. E as chamadas por vídeo viraram uma febre.
Com 5G, se abre um mundo novo, com latência bem menor – o tempo que um pacote de dados leva de sua origem ao destino. Na rede 4G, a latência é de 52 milissegundos, enquanto em 5G, é de 1 a 2 milissegundos.
O que o 5G traz para a sociedade?
► Alta velocidade de transmissão: de 10 a 100 vezes mais rápida do que o 4G e até 20 gigabites nos testes;
► Menos latência: o tempo que um pacote de dados leva de sua origem até o destino diminui. No 4G, a latência é de 32 a 53 milissegundos. No 5G, o tempo será de 1 a 2 milissegundos;
► Conectividade massiva entre máquinas e internet das coisas (IoT): permite o funcionamento remoto e conectado de assistentes virtuais, eletrodomésticos, câmeras, dispositivos de iluminação, fechaduras, chips instalados em animais, entre outros;
► Indústrias inteligentes: previsão do uso do 5G como rede local, automatizando toda a linha de produção;
► Aplicações: cidades inteligentes, conectividade nas escolas, conectividade móvel em rodovias, evolução no agronegócio, na telemedicina, educação, nos transportes e na segurança pública;
► Realidade aumentada e realidade virtual: essas tecnologias podem ser impulsionadas com o 5G, por conta de sua alta capacidade de transmissão, permitindo conexão contínua e uma experiência virtual sem interrupções;
E quem pode usar o 5G?
O serviço é suportado, e apenas, por aparelhos mais recentes. No Brasil, são 67 modelos de celulares com capacidade para navegação na 5G. A lista completa de modelos, com divisão por fabricante, pode ser consultada no site da Anatel.
Segundo Alfredo Freitas, diretor da Ambra University, na Flórida (EUA), de forma geral, os celulares lançados nos últimos 12 meses suportam a quinta geração da internet. Já aqueles que começaram a ser vendidos há dois ou três anos, geralmente não estão preparados para o 5G.
Mas e o 4G? Vai acabar?
Não. Alfredo explica que, como há centenas de milhares de celulares que funcionam com essa tecnologia, e por isso, ela não pode ser cessada. Além do mais, até os dias atuais, é possível utilizar as tecnologia anteriores, como o 3G.
“Muita gente não vai querer migrar, não é obrigatório. Quando aparecem novas tecnologias, as antigas não acabam”, diz.
Com informações do Valor Econômico, G1, CNN Brasil e Anatel