
O ramo da Saúde se tornou bem lucrativo desde a descoberta do novo coronavírus. A pandemia de covid-19, que significou perda de renda para bilhões de trabalhadores no mundo, fez disparar o número de super ricos, segundo a revista Forbes. No último ano, o Brasil saltou de 45 para 65 bilionários. Só nos primeiros cinco meses da pandemia, eles lucraram mais que todo custo do auxílio emergencial, segundo a Oxfam.
Juntos, os 65 bilionários brasileiros detêm aproximadamente R$ 1,2 trilhão. A riqueza somada desses super ricos cresceu 71% no período pandêmico, enquanto 19 milhões de pessoas passam fome no país.
O mais curiosos é que dos 10 mais ricos, quatro atuam na saúde privada. Jorge Moll Filho, por exemplo, é um deles. Moll Filho tem 76 anos, é cardiologista e fundador da rede de hospitais privados D’Or São Luiz. A riqueza dele cresceu 500% entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021, devido à valorização e venda das ações do grupo na bolsa de valores. A fortuna de sua família foi uma das que mais cresceu na pandemia, chegando a US$ 11,3 bilhões.
Fundada em 1977, a rede D’Or tem mais de 30 unidades de saúde espalhadas pelo Brasil.
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A saúde privada foi um dos setores que mais cresceu com o avanço da pandemia, ao mesmo tempo em que faltavam leitos e milhares morriam na fila por respiradores; médicos e enfermeiros ficavam sem receber e eram demitidos; e a rede federal pública estava estafada.
A dona do plano de saúde Amil, Dulce Pugliese de Godoy Bueno, também é outro grande exemplo de enriquecimento durante a pandemia. Dulce quase dobrou sua fortuna de 19,7 para 34 bilhões. Além do plano de saúde, ainda lucra com a Rede Ímpar de hospitais e os laboratórios Dasa.
Seu filho, Pedro de Godoy Bueno, por sua vez quase triplicou a montanha de dinheiro, de 6,2 para 17 bilhões, lucrando com a UnitedHealthe e com os laboratórios Dasa.
Com o aumento dos ativos, a família se destacou no ramo de saúde. Dulce Godoy Bueno assumiu o posto de mulher mais rica do Brasil, ultrapassando a empresária Luíza Trajano, proprietária da rede varejista Magazine Luíza . Enquanto isso, Pedro de Godoy Bueno, CEO da Dasa, passou a ser o jovem mais rico do país.
A família Koren de Lima, comandantes da Hapvida , também se beneficiaram neste período da pandemia. De acordo com levantamento feito pela revista Forbes, a fortuna dos três proprietários dobrou, passando de US$ 4 bilhões para US$ 8,8 bilhões.
Segundo a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), as operadoras do segmento médico-hospitalar no Brasil tiveram um lucro líquido acumulado de R$ 15 bilhões nos três primeiros trimestres de 2020, 66% a mais que no mesmo período de 2019.