
Enquanto o Brasil vive o luto de quase 460 mil pessoas mortas pela Covid-19, está em planejamento uma mega aglomeração com 20 mil pessoas para celebrar o Dia da Independência, no próximo 7 de setembro. Cancelada no ano passado por imposição do isolamento social, este ano o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) resolveu aumentar a aposta. Contra todos os alertas de cientistas e pesquisadores para a chegada da terceira onda do coronavírus, com potencial pode ser ainda mais mortal do que as duas primeiras.
De acordo com estimativas iniciais, a estrutura da solenidade pode custar R$ 1,49 milhão. Em 2019, quando a previsão de público era a mesma, o gasto foi de R$ 971 mil. O Ministério das Comunicações começou a planejar o desfile em janeiro, quando enviou pedidos de cotação de preços para dezenas de empresas. As informações são do jornal O Globo.
Apesar do planejamento com tanta antecedência, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência informou que a realização do desfile ainda não está confirmada. A arquibancada tem custo estimado de R$ 410 mil. Em 2019, o valor foi de R$ 294 mil. Outros R$ 270 mil seriam gastos com grades metálicas, que percorreriam 15 mil metros. Sem contar 10 telões ao custo de R$ 10 mil.
Cercadinhos do desfile
As cotações feitas pelo Ministério das Comunicações também preveem seis tribunas que podem abrigar 1.300 pessoas do forte calor que costuma fazer nessa época do ano em Brasília, além de um palanque para 150 profissionais de imprensa e mais de 300 banheiros químicos na área do desfile.
“Com o objetivo de subsidiar a contratação das ações comemorativas da Semana Cívica e do Desfile de 7 de setembro de 2021, (…) encaminhamos consulta para a obtenção de informações para a ação no ano de 2021, o que nos permitirá adotar referências de mercado, bem como a dotação orçamentária para a contratação”, diz e-mail enviado pelo Ministério das Comunicações para empresas em janeiro e divulgado pelo jornal.
Despreza medidas sanitárias, mas cota preços
O planejamento começou em janeiro, mas só semana passada foi feita a cotação de preço de 96 totens de álcool em gel e de cinco mil máscaras descartáveis. Um orçamento apresentado por uma empresa estimou gastos de R$ 72 mil com os totens e R$ 17 mil com as máscaras de proteção.
O presidente, porém, segue provocando aglomerações sem adotar qualquer medida de proteção contra a Covid-19, como fez duas vezes na última semana no Rio de Janeiro e no Maranhão.
Com informações do jornal O Globo