
Com a alta de preço do arroz para o consumidor e a omissão do governo federal, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) anunciou que manterá a produção por “preço justo”. O grupo é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina, comercializado sob o nome “Terra Livre”. As informações são da Folha de S. Paulo.
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Atualmente, o pacote de arroz branco do MST custa R$ 5,50 quando adquirido diretamente com as cooperativas, como a Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap). Na Loja da Reforma Agrária, no Mercado Público da capital gaúcha, o preço para o consumidor é de R$ 6,00.
“Preço justo, na nossa compreensão, é quando toda a cadeia é sustentável. É quando a remuneração é justa para quem produz, beneficia, transporta e revende, chegando no consumidor final com um valor aceitável”, explica Emerson Giacomelli, da direção do Grupo Gestor do Arroz Orgânico e da Cootap.
Segundo Giacomelli, o MST tem recebido ofertas para vender a saca por até R$ 120 devido ao estoque reduzido de arroz no país.
“Recusamos estas propostas porque vamos honrar os contratos para fornecimento de merenda escolar para as prefeituras e garantir a entrega para as feiras, mercados e lojas”, afirmou.
Disparada do preço
Ao analisar a disparada no preço, Giacomelli afirma que, além aumento das exportações e demanda do mercado interno, ainda há a redução dos estoques do governo.
Atualmente, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) possui 21.592 toneladas de arroz estocadas, mesmo estoque de 2019. É o menor volume para o mês de setembro em dez anos. Entre 2019 e 2018, a redução foi de 49,8%, considerando o mês de setembro. Porém, comparando o mesmo mês entre 2010 e 2020, a queda foi de 97%, de 990.398 toneladas para 21.592 toneladas.
Para 2021, o preço mínimo foi estabelecido pelo saco de 50 kg de arroz é R$ 40,18 no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e R$ 50,55 pelo saco de 60 kg nos demais estados.