
Em eleição que pôs novo holofote sobre o avanço e poder do Centrão no Congresso, a Câmara definiu, na tarde desta quarta-feira (3), dois vice-presidentes, quatro secretários e quatro suplentes que conduzirão as atividades da Mesa Diretora da Casa no biênio 2021-2022.
Reflexo do fortalecimento do bloco do “quem dá mais”, liderado pelo novo presidente Arthur Lira (PP-AL), não faltaram rixas e rachas nos partidos que pleitearam vagas na disputa, manobra que foi incentivada pelo sucessor de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Contenda no PT
Com a maioria dos postos definidos ainda em primeiro turno, apenas a vaga da segunda secretária precisou ser disputada entre integrantes do mesmo partido: os petistas Marília Arraes e João Daniel (PT-SE).
Contrariando um acordo firmado na terça-feira para que todos os deputados votassem nos candidatos oficiais indicados pelas legendas, a deputada pernambucana venceu a batalha, após apresentar candidatura avulsa, com 192 votos, contra 168 feitos por seu adversário.
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Candidatura avulsa no PSB
No PSB, Cássio Andrade (PA) posicionou-se entre os deputados da sigla que pretendiam, desde o início, apoiar Lira. Ele e o seu articulador, o também deputado Júlio Delgado (PSB-MG), se contrapuseram à deliberação da legenda, lançando candidatura própria de Andrade.
Em acordo feito na terça, o então líder do PSB na Câmara, deputado federal Alessandro Molon (RJ) havia anunciado a candidatura do socialista Marcelo Nilo (PSB-BA).
Sem citar diretamente a situação, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) comentou o fator desagregador criado pelo novo presidente.
“Arthur Lira atuou decisivamente na formação da Mesa de modo a desagregar os partidos, minar as maiorias internas suas decisões. Cooptou parlamentares. O orçamento foi seu grande argumento. Aliás o orçamento é a linguagem do Centrão”, afirmou.
Companheiro de partido, Camilo Capiberibe (PSB-AP) também deixou uma crítica velada aos dissidentes.
“O triunfo dos candidatos avulsos (que pelo acordo não deveriam existir) será a comprovação de que o recuo é jogo de cena e que o resultado final será uma mesa diretora sem dissonância e alinhada com Lira”, apontou.
Lira e o resultado da disputa
Em votação presencial, os 451 deputados elegeram o deputado Marcelo Ramos (PL-AM) para a 1ª vice-presidência; André de Paula (PSD-PE) para a 2ª vice-presidência. Para as secretarias foram eleitos: Luciano Bivar (PSL-PE) para a 1ª secretaria, Marília Arraes (PT-PE) para a 2ª secretaria; Rose Modesto (PSDB-MS) para a 3ª secretaria: Rose Modesto (PSDB-MS); e Rosângela Gomes (Republicanos-RJ) para 4ª secretaria.
As quatro vagas de suplentes de secretários foram preenchidas pelos deputados Alexandre Leite (DEM-SP), Eduardo Bismarck (PDT-CE), Gilberto Nascimento (PSC-SP) e Cássio Andrade (PSB-PA). Os suplentes participam da Mesa apenas na ausência do titular.
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