
Jair Bolsonaro (PL) fez ameaças após o WhatsApp e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) fecharem acordo para que uma nova ferramenta da plataforma, que permite grupos com milhares de pessoas, passe a funcionar depois do segundo turno das eleições.
A medida é uma das tentativas de conter a disseminação de fake news, especialmente, as que coloquem em risco o sistema eleitoral e a democracia.
“Não vai ser cumprido esse acordo que porventura eles realmente tenham feito com o Brasil com informações que eu tenho até esse momento”, vociferou Bolsonaro em motociata, nesta sexta-feira (15), em São Paulo.
Depois, em Americana, interior de São Paulo, acusou a medida de ser “um acordo sem validade” e falou em “discriminação”.
Nesta quinta-feira (14), o WhatsApp lançou em caráter experimental, para alguns usuários, o recurso ‘Comunidades’. A ferramenta vai abrigar vários grupos com milhares de usuários. Atualmente, o aplicativo permite no máximo 256 membros em seus grupos.
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Ataques à democracia inspiram medidas
Os constantes ataques de Bolsonaro e seus aliados ao sistema eleitoral e à democracia inspiram medidas para evitar que a disseminação de fake news culmine em atos absurdos como a invasão do Capitólio, em 2020, incentivada pelo ex-presidente Donald Trump.
Em entrevista à Folha, Will Cathcart, presidente global do WhatsApp, disse não temer que o “comunidades”, recurso que permitirá enviar mensagens criptografadas para milhares de usuários, signifique um retrocesso na luta contra a desinformação.
“Estamos desenhando o produto de forma cuidadosa, com intencionalidade. Há vários produtos no mercado que não foram pensados com o mesmo cuidado. Conseguiremos oferecer um recurso muito útil para os usuários, ao mesmo tempo em que teremos decisões cautelosas de design para combater desinformação”, disse.
Com informações da Folha