
A economia criativa da Bahia movimentou quase R$ 8 bilhões em 2018. Os dados são do estudo divulgado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) nesta terça-feira (27). O valor corresponde a 3,2% do Valor Agregado ao Produto Interno Bruto (PIB) do estado.
O estudo, divulgado como Boletim de Economia Criativa na Bahia 2021, adotou a metodologia da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que define o segmento da economia criativa a partir de três campos principais: Atividades Culturais, Criações Funcionais e Criações Relacionadas. O método é referendado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Atividades Culturais incluem festas e celebrações, mercado editorial, audiovisual, produção artística, equipamentos culturais, música e artesanato. Criações Funcionais englobam arquitetura, publicidade e design. Criações Relacionadas se referem à gastronomia, atividades comerciais, de tecnologia da informação, industriais e pesquisa e desenvolvimento.
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Festas e celebrações em destaque
Os dados do estudo apontam que as Atividades Culturais respondem por 25% do valor agregado gerado pela economia criativa e desponta como mercado em potencial. Os segmentos que mais se destacaram nessa área foram: festas e celebrações (45%), audiovisual (24%) e produção artística (16%). Do ponto de vista do mercado de trabalho, nota-se que 1,7% do total de ocupados na Bahia atuam no conjunto dos segmentos criativos.
A gastronomia também aparece em destaque e corresponde a 66% da contribuição média do segmento criativo ao Valor Agregado do PIB de 2011 a 2018. O mercado turístico foi o maior consumidor de serviços gastronômicos no estado.
Dados são indispensáveis para políticas públicas
Para Roseane Patriota, diretora de Economia da Cultura da Superintendência de Promoção Cultural da Secretaria de Cultura do Governo Estadual da Bahia (SecultBA), define o conhecimento de dados da economia criativa como indispensável para a formulação de políticas públicas para o setor.
O trabalho, fruto de uma parceria entre a SecultBA e a SEI, foi elaborado com base no banco de dados do IBGE e do Ministério da Economia, a partir dos Códigos Nacionais de Atividades Econômicas (CNAE) referentes à economia criativa, explicou a coordenadora do estudo, Carlota Gottschall. Ela afirmou que as informações são um importante indicativo dos segmentos geradores de riquezas e de oportunidades de trabalho para o mercado criativo baiano.
Impacto da pandemia na Economia Criativa
Carlota avalia que, em função da disponibilidade de dados que abrangem o período entre 2011-2018/2019, o trabalho serve também para avaliar os impactos da crise sanitária da Covid-19 e observar o comportamento do segmento antes e depois da pandemia.
Para ilustrar, segundo o boletim Efeitos do Des-Carnaval 2021 e das Festas de Verão para a Economia Soteropolitana, disponível no site da SEI juntamente com o Boletim de Economia Criativa, estima-se que no primeiro trimestre de 2021 pelo menos R$ 1,7 bilhão advindo apenas dos gastos dos foliões deixou de circular na capital.
Estes boletins e outros estudos sobre o tema podem ser consultados na aba voltada ao setor de Cultura no site da superintendência, que ainda deve divulgar novos estudos afim de qualificar o acesso às informações sobre o impacto da chamada economia da cultura na economia baiana.