
A 9ª edição da Pesquisa Games Brasil, levantamento anual sobre o consumo de games no país, apontou um crescimento geral no público de games dentro do Brasil: 74,5% da população consumiu jogos eletrônicos em 2022, um crescimento de 2,5% em relação ao último ano, e também a maior marca desde o início da pesquisa.
Outro número que cresce é o de indivíduos que consideram os games como a sua principal forma de entretenimento. 76,5% dos gamers seguem essa linha de pensamento, um salto de 8,5% em relação à pesquisa de 2021.
E mesmo com um mercado muitas vezes associado ao machismo, as mulheres seguem como o maior público dos games, sendo 51% dos brasileiros gamers atualmente. Os jogos de smartphones são os mais populares entre o público feminino, sendo mais de 60% de mulheres entre os gamers dessa plataforma.
Quando nos aprofundamos no perfil desses jogadores, percebemos que:
- A principal faixa etária é de 25 a 34 anos (33,6%), seguida por 16 a 24 anos (32,5%).
- As mulheres são maioria entre gamers, representando 53,8% do total do público.
- 86% dos brasileiros preferem jogar pelo celular, enquanto 43% priorizam o videogame e 40% o computador.
- Entre os jogadores, 67% se consideram gamers casuais, sem uma rotina de jogos tão frequente. Já 33% se consideram gamers hardcore, jogando três ou mais vezes por semana.
Outro dado curioso, desta vez compartilhado pelo Global Web Index, é de que os idosos estão se aproximando cada vez mais do mundo dos games. Entre 2017 e 2020, o número de gamers com idade entre 55 e 64 anos cresceu 32%.
Leia também: Precisamos falar sobre acessibilidade no mundo dos games
“O que o levantamento nos diz é que não existe idade para jogar jogos eletrônicos, uma vez que a diferença percentual entre as mais variadas faixas de idades é equilibrada. Pessoas entre 30 e 34 anos, por exemplo, representam 12,9% dos jogadores no Brasil, e quem tem de 35 a 39 anos representa 11,2% do público”, afirma Carlos Silva, sócio da Go Gamers, uma das responsáveis pelo estudo.
Também vale destacar que a maior parcela do público se identifica como preta ou parda (49,4%), seguidos pelas pessoas brancas (46,6%).
Impacto da pandemia
Naturalmente, o isolamento social teve seu impacto no consumo de jogos. 72,2% dos gamers afirmaram ter jogado mais enquanto ficavam em casa, e 57,9% marcou mais sessões de partidas online.
Apesar da alta do dólar, a compra de jogos se manteve em alta, com a maioria (36%) afirmando que adquiriu ao menos três jogos no último ano. Há ainda o público que prefere não pagar por jogos, e 40,2% dele aponta os altos valores como motivo principal para isso.
Games: mais dinheiro que música e cinema
Em uma última pesquisa da TechNET Immersive, foi apontado que a indústria de jogos está avaliada em US$ 163,1 bilhões. Com isso, o setor é responsável por mais da metade do valor da indústria de entretenimento, confirmando a já conhecida estatística de que é maior que o mercado de cinema e música juntos.
E a expectativa é só de aumento de lucros. De acordo com a Forbes, o mercado de games pode valer mais de US$ 200 bilhões até 2023.
O estudo também afirmam que o mercado mobile movimentou US$ 90,7 bilhões em 2021, o que representa um crescimento de 4,4% de um ano ao outro. O valor também representa mais da metade do faturamento obtido pela indústria dos games no ano passado.
Mercado de games atrai investimentos altíssimos
O oceano azul de oportunidades do segmento de jogos está atraindo o olhar – e o dinheiro – de grandes investidores. Não à toa, mais de US$ 20 bilhões foram investidos em startups de games nesta década – U$S 1,3 bilhão disso apenas em 2020.
Ao todo, mais de 2.000 acordos foram firmados entre fundos investidores e empresas de jogos no período de 2016 a julho de 2020. Todos esses dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela Revista Exame e a consultoria Pitchbook.
PSB alinhado ao mercado
Alinhada com as novas tecnologias e no reconhecimento da importância das novas formas de consumo de entretenimento e cultura, o processo de Autorreforma do PSB, que está em curso há quase três anos, defende que a inovação e a economia criativa são fatores estratégicos para o desenvolvimento do Brasil.
Os socialistas têm uma de suas prioridades o desenvolvimento das forças produtivas a partir da criatividade da população e do desenvolvimento de tecnologia brasileira.
“Reconhece-se que no Século XXI, a geração de valor não é mais, predominantemente, determinada pelos bens de investimento de capital fixo. O que gera valor, na atualidade, não é somente a produção física de um computador, por exemplo, mas tudo o que tem embutido nele de tecnologia, design, logística, software, capital humano e marca”, destaca trecho.
Os socialistas defendem a mudança do status atual em que a sociedade brasileira figura mais como consumidora de produtos tecnológicos. Segundo eles, se faz necessário assegurar que a economia seja capaz também de liderar processos produtivos sofisticados de alto valor e agregados tecnológicos para que o Brasil adentre na nova Era do Conhecimento.
Mas esse processo deve ser dado não apenas pelo lado do consumo, mas pelo lado da produção como, por exemplo, na fabricação de games e na capacitação de profissionais para atuar na indústria tecnológica como pensadores.