
Depois de se eleger à Prefeitura, em 2016, e ao governo do Estado, em 2018, com um discurso marcado pelo antipetismo radical e em apoio ao extremista Jair Bolsonaro (sem partido), João Doria (PSDB) busca se reposicionar no tabuleiro político brasileiro. Durante entrevista ao Estadão, o governador defendeu uma frente que inclua a centro-esquerda.
Embora tenha pregado um diálogo “contra os extremos”, Doria afirma que ainda não é o momento de fazer oposição ao governo federal: “A frente não deve ser de oposição, nem contra o Bolsonaro. Deve ser a favor do Brasil. Esse é o sentimento que une. O sentimento do contra não agrega. Tudo tem a sua hora. Agora é hora de estarmos unidos pelo Brasil, e não fazer oposição a este ou aquele governo”, disse.
No entanto, o governador se mostrou arrependido sobre a campanha “BolsoDoria” em 2018. Segundo ele, Bolsonaro prometeu um país liberal, economia globalizada, combate à corrupção, e não o fez.
O sr. descarta disputar a reeleição para governador?
“Não se trata de ser ou não candidato a presidente, mas de manter minhas convicções. Sou contra a reeleição. Sempre defendi mandato único de cinco anos. Não critico nem condeno os que disputam reeleição, como Bruno Covas. Mas eu, por ser contra a reeleição, vou manter a minha coerência. Não vou disputar a reeleição.”
Vacina contra Covid-19
Entre os embates de Doria contra Bolsonaro, o que tem ganhado maiores ramificações e impacto é a politização da vacina contra a Covid-19. O governo de São Paulo e o Instituto Butantan são responsável pelo desenvolvimento da Coronavac, vacina produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac.
O que os governadores estão fazendo para evitar a politização da vacina contra a Covid-19?
“Os governadores estão unidos. Todos defendem as vacinas, a vida, e não a politização nem da vacina nem da Covid. O único que faz essa defesa hoje se chama Jair Bolsonaro.”
Mas o sr. também não politizou a vacina aqui em São Paulo?
“Não politizamos. Nós defendemos a vida, a ciência e a saúde. Vacina não deve ser avaliada pela origem, mas pela eficácia.”
Confira entrevista completa aqui.