
Um dos alvos da operação da Polícia Federal que desbaratou esquema gigantesco de fake news ligado ao governo Bolsonaro, Edgard Gomes Corona agiu em grupos de WhatsApp para atacar o Legislativo.
Reportagem do jornal O Globo destaca que “Edgard está entre os empresários investigados no inquérito que apura fake news e ameaças ao Supremo”.
Episódio
O grupo conciliou interesses de empresários do varejo e dos serviços, que se sentem prejudicados pela PEC 45. Atraiu até nomes como Washington Cinel, do mercado de segurança, ligado ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), inimigo político de Bolsonaro.
O episódio que levou o grupo de WhatsApp, batizado de “Brasil 200 Empresarial”, à investigação foi uma mensagem de Corona dizendo aos outros que precisava de dinheiro para investir em marketing e impulsionar vídeos de ataques a Rodrigo Maia.
Enviada em meados de fevereiro, a mensagem encaminhava um vídeo dizendo que a PEC 45 elevaria os custos das empresas, mas que elas não iriam pagar a conta porque o valor seria repassado para o consumidor final, com aumento de 300% de impostos em escolas privadas, serviços de saúde e transportes.
A gravação dizia também que grandes nomes da indústria brasileira, como Ambev e Natura, pagariam até 300% menos impostos na reforma apoiada pelo presidente da Câmara. Sobravam ataques ao banco Itaú e ao fundador do Partido Novo, João Amoêdo.
Na ocasião, o Brasil 200 estava envolvido em um bate-boca público com Rodrigo Maia porque o presidente da Câmara, já reagindo a ataques feitos pelo grupo de empresários em um evento dias antes, dissera que a conta da reforma da Previdência pesou mais sobre a sociedade do que sobre o empresariado.
Decisão do STF
Por determinação de Moraes, responsável pelo inquérito, Edgard Corona teve o sigilo bancário e fiscal quebrado, além de ter sido alvo de busca e apreensão na operação desta quarta-feira. Ele deverá ser ouvido pela PF no prazo máximo de 10 dias.
A matéria ainda acrescenta que “em sua decisão, Moraes pontua que o empresário é um dos possíveis financiadores de inúmeras publicações e vídeos com conteúdo ofensivo ao STF, bem como mensagens que defendem a “subversão da ordem” e incentivam a “quebra da normalidade institucional e democrática”.
Com informações da Folha de S. Paulo.