
A filósofa, professora, ativista e escritora santista Djamila Ribeiro foi convidada para assumir a vaga de Lygia Fagundes Telles na Academia Paulista de Letras (APL). A ideia partiu do presidente da instituição, José Renato Nalini.
Lygia, que morreu no dia 3 de abril, aos 98 anos, ocupava a cadeira 28 da APL.
Djamila informou que participou, recentemente, de uma sessão da Academia e que sua intervenção foi “bem recebida” pelos membros da instituição.
Segundo a filósofa, “vários acadêmicos acenaram com satisfação” em contar com ela como integrante da APL.
Depois da morte de Lygia, Djamila recebeu uma ligação de Nalini, que oficializou o convite. Em seguida, ela se inscreveu para a vaga e aguarda a decisão da APL. A filósofa afirmou à coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, que ficou muito “feliz e honrada”.
Quem é Djamila Ribeiro?
Nascida em Santos em 1980, Djamila Taís Ribeiro dos Santos compreendeu-se feminista quando conheceu a Casa de Cultura da Mulher Negra, ONG em defesa da dos direitos das mulheres e da população negra em sua cidade natal, quando tinha 18 anos. Djamila trabalhou no local, onde atendeu mulheres vítimas de violência, e a partir dessa experiência começou a estudar questões raciais e de gênero. A relação com a militância, porém, é anterior, e vem em muito de seu pai, estivador, militante e comunista.
Em 2012, Djamila tornou-se mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) com a dissertação “Simone de Beauvoir e Judith Butler : aproximações e distanciamentos e os critérios da ação política”.
Coordena a coleção “Feminismos Plurais”, da editora Pólen e é autora de livros como “O Que é Lugar de Fala?”, “Quem Tem Medo do Feminismo Negro?” e “Pequeno Manual Antirracista”, que já venderam mais de 500 mil exemplares.
Colunista na Folha de S. Paulo e na Elle Brasil, a autora foi nomeada em 2016 como secretária-adjunta de Direitos Humanos e Cidadania em São Paulo, e recebeu prêmios como Prêmio Cidadão SP em Direitos Humanos, em 2016, Melhor colunista no Troféu Mulher Imprensa em 2018, Prêmio Dandara dos Palmares e outros, Sua atuação fez com que a ONU a reconhecesse como entre as 100 pessoas mais influentes do mundo abaixo de 40 anos – e o futuro do Brasil necessariamente passa pelo pensamento e a luta de Djamila Ribeiro.