
Reportagem do Valor Econômico aponta que a conclusão da eleição municipal vai destravar de vez as articulações para a sucessão da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. A expectativa é que o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defina logo depois do segundo turno quem apoiará na disputa. O favorito para ocupar esse posto é o líder do MDB, Baleia Rossi (SP). No campo governista, ele deve rivalizar com o líder do PP, Arthur Lira (AL).
Se o DEM já conquistou algumas capitais estratégicas, MDB e PP saíram do primeiro turno desta eleição municipal como os dois partidos com maior capilaridade pelo país, o maior número de prefeitos e vereadores e agora devem ter pela frente um embate para ver quem assumirá o protagonismo dos partidos de centro-direita na Câmara a partir de 1º de fevereiro.
Lira é o candidato do presidente Jair Bolsonaro e conta com apoio dos governistas. Baleia é visto como favorito do grupo autodenominado “independente”, liderado pelo atual presidente da Câmara e que tenta conquistar os votos dos partidos de oposição.
Apoio de Maia para MDB ou PP
Há outros nomes que esperam o apoio de Maia, como os dos presidentes do PSL, Luciano Bivar (PE), e do Republicanos, Marcos Pereira (SP), e os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Elmar Nascimento (DEM-BA) e Marcelo Ramos (PL-AM), mas Baleia é considerado o favorito. O grupo pressiona Maia por uma decisão, mas ele vem adiando isso e prometeu resolver o assunto após o segundo turno da eleição municipal, dia 29.
Os três mandatos consecutivos de Maia foram essenciais para a volta do DEM à cena política nacional. O partido tinha diminuído de tamanho, perdido quadros e sido ameaçado de desaparecer com a alta popularidade do governo Lula (PT). Com Maia na Câmara após o impeachment e depois com Davi Alcolumbre (DEM-AP) no comando do Senado, o DEM atraiu políticos de siglas menores e dos outros partidos do Centrão para seu projeto.